Computadores portáteis, tambores de lavadoras, brinquedos, sapatos ou gafas são alguns dos objetos resgatados do fundo marinho pela organização A Espanha Azul, que tem inaugurado a primeira exposição de lixo oceánica em Madri para concienciar sobre a importância de cuidar os oceanos, segundo o naturalista e navegador Nacho Dean.
A exposição, no marco da celebração amanhã do Dia mundial dos Oceanos e da semana do Medioambiente, pode-se visitar desde esta quarta-feira até o próximo 30 de junho, numa pequena galeria no Teatro EDP da Grande Via madrilena.
A maior limpeza submarina
A mostra recolhe parte dos desfeitos obtidos de "a maior limpeza submarina feita na história", tem explicado Dean, líder da Espanha Azul, na que participaram mais de 500 buzos para a extracção de ao redor de três toneladas de "inimaginables pertences".
Segundo Dean, as acumulações de plástico em rios e mares entranham um grave risco para a saúde dos ecossistemas marinhos, cuja degradação natural poderia levar centos de anos em produzir devido à criação de microplásticos ou nanoplásticos, que são ingeridos pelos animais que os habitam e finalmente entram à último eslabão da corrente trófica: o dos seres humanos pela alimentação.
Aumento do nível do mar
Conquanto a contaminação por plásticos compõe "uma das maiores ameaças" às que se enfrenta a Terra, tem remarcado, "não se pode esquecer o facto de que o pulmão do planeta se encontra submergido em nossas águas ao ser as principais emissoras de oxigénio e alojar as maiores capturas de dióxido de carbono (CO2)".
O aquecimento global tem acelerado outros fenómenos como o incremento das temperaturas ou o deshielo dos glaciares, o que repercute na libertação a mais gases de efeito invernadero (GEI) e no aumento do nível do mar, "uma série de processos e tendências que uma vez originados é pouco provável que se revertam", tem afirmado Dean.
Divulgar o problema
Ante esta situação, o autor da exposição tem enfatizado na necessidade de incrementar a divulgação ao respeito e de "legislar a favor de regulações" que animem aos modelos económicos, políticos e culturais a apostar pela inovação e a sustentabilidade como centro das estratégias empresariais.
Não obstante, o primeiro passo está ao alcance de toda a cidadania, tem recordado Dean, "a chave reside em observar que classe de produtos e alimentos se consomem e como os reduzir, ao igual que optar pela bicicleta, o transporte sustentável ou os percursos a pé sempre que seja possível".