A engenharia alemã é famosa em todo mundo por sua diligência, precisão e eficácia, mas, às vezes, também falha. Se tens um Audi A3, pode ser que a fixação dos cintos de segurança atacantes de teu carro não ofereça as garantias estipuladas e precises passar pela oficina, segundo tem comunicado o Sistema de Rede de Alertas de produtos de consumo não alimentares da União Européia, conhecida como Rapex por suas siglas em inglês.
"Se não lhe chegou o comunicado do fabricante a casa, é que seu carro não está afectado", explicam desde o Concesionario Oficial Audi Mogauto de Barcelona. "Se estivesse afectado, a revisão e o possível reparo seria totalmente gratuita", acrescentam. No entanto, não seria a primeira vez que a companhia não tem os dados de um cliente actualizados --por uma mudança, ou se se trata de um carro de segunda mão, por exemplo--. Neste caso, se toca-te passar a ITV, os técnicos detectarão a falha de segurança do Audi A3, e o reparo numa oficina pode-te custar 1.000 euros.
Os modelos de Audi afectados
Segundo a citada alerta de segurança européia, a falha na coroa de ancoragem do cinto detectou-se em Alemanha e afecta aos Audi A3 fabricados entre o 7 de novembro de 2018 e o 26 de janeiro de 2022. Por conseguinte, este erro do fabricante poderia afectar aos 21.500 veículos vendidos em Espanha em dito período de tempo, segundo cálculos de Consumidor Global. Uma falha que implica um risco para condutores e copilotos que viajem no veículo.
No Sistema de Intercâmbio Rápido de Informação (SIRI), o homólogo do Rapex em Espanha, "não tínhamos constancia desta alerta", lamenta o secretário geral do Grémio de Oficinas de Barcelona, Ramón Casas, quem explica que a comunicação entre ambos sistemas de alertas não funciona como deveria. "É um problema porque há clientes que vêm dizendo que lhes falha ou têm notado algo, e, se a alerta não tem sido correctamente difundida, em ocasiões podemos inclusive enganar a nossos clientes por desconhecimento, sem que essa seja nossa intenção, já que esta falha deveria o corrigir o próprio fabricante", acrescenta Casas.
Um reparo de 1.000 euros
Normalmente, se há uma avaria em todo o sistema de segurança, salta uma alerta vermelha no quadro. Neste caso, "pelo que tenho podido ler na alerta, não deve aparecer porque entendo que o que falha é o sistema de pretensores pirotécnicos que, quando se produz um impacto, um choque, é o que faz que o cinto fique bloqueado e sujeite ao ocupante", explica o mecânico José Antonio Messeguer.
Se falha este sistema, "tem-se que mudar todo o cinto, e num Audi A3 custa ao redor de 500 euros", acrescenta o experiente. Em Oficinas Putget (Barcelona) cifran a mudança do cinto de um Audi A3 nuns 500-600 euros. No entanto, ao explicar-lhe ao mecânico desta oficina que um conhecido tem mudado o cinto de seu Audi A1 por 400 euros, o orçamento baixa de forma considerável. "Não te vou dar um orçamento mais baixo e depois te cobrar mais. Custar-te-ia uns 400 euros a cada um", sentencia o mecânico.
O desmembre
E é que, quando um vai ao mecânico, existem diferentes factores que podem fazer crescer a factura. "Depende de como esteja localizado esse cinto. Há que desmontar o assento ou somente o próprio cinto? Depende também das peças afectadas e do tempo que se empregue: o preço da mão de obra varia em função do concesionario ou a oficina", explica Casas, quem recorda que, neste caso, o fabricante deveria o consertar a custo zero.
Por conseguinte, todos aqueles consumidores que comprassem um Audi A3 entre novembro de 2018 e janeiro de 2022 e não tenham recebido uma notificação do fabricante, deveriam entrar na página site da marca alemã e introduzir seu número de estrutura para ver se seu carro está afectado ou não. Outra alternativa é contactar com o serviço de atenção ao cliente de Audi e pedir uma revisão urgente.