Apesar de que os tempos nas listas de espera para operações quirúrgicas se recuperaram pouco a pouco depois do desbordamiento por causa da pandemia, todas as comunidades têm listas que superam os seis meses de prazo máximo, fixado no real decreto de 2011, para garantir um tempo limite de acesso às prestações sanitárias do Sistema Nacional de Saúde.
Mais especificamente, a norma determina quais são as cinco cirurgias que não deveriam ultrapassar os 180 dias de espera e se trata de cirurgia cardíaca valvular, cirurgia cardíaca coronaria, cataratas, prótesis de cadera e prótesis de joelho não urgentes.
As listas de espera em Madri
Segundo os dados de janeiro da Comunidade de Madri (CAM), 90.813 pessoas aguardam para ser intervindas pelo sistema público sanitário. Delas, 75.469 pertencem à lista de espera estrutural; 7.407 têm recusado a derivação a outro centro e 7.937 são operações transitoriamente não programables.
Na actualidade, 6.305 pessoas levam mais de 6 meses em lista de espera, o que supõe o 8,35 % do total. Em agosto de 2021 a lista de espera quirúrgica que se estendia para além dos 6 meses atingiu os 10.370 pacientes (13,57%), mas nos meses seguintes a cifra tem baixado gradualmente na Comunidade. Desta maneira, o último dado de janeiro acumula cinco meses de desescalada reduzindo-se o 5,22 % durante todo este período.
Hospitais no top 5
Hoje por hoje as listas de espera para intervenções quirúrgicas acumulam 73,45 dias de demora média em Madri. O top 5 do ranking de menor tempo de espera média em hospitais da CAM encabeça-o o de Villalba (11,39 dias), a Fundação Jiménez Díaz (13,15 dias), o Infanta Elena (33,07 dias); o Rei Juan Carlos (34,62 dias) e o de Fuenlabrada (42,34 dias).
Os dados virados no último relatório do SISLE (Sistema de informação sobre listas de espera no Sistema Nacional de Saúde) oferecem-nos uma visão mais global. Entre outras cifras, recolhe a média de tempo de espera em intervenções quirúrgicas da cada comunidade e o número de pacientes que levam em espera mais de seis meses.
Quase um 19 % dos espanhóis leva mais de 6 meses de espera
Durante o primeiro semestre de 2021, um total de 661.162 de espanhóis encontravam-se em lista de espera para operar-se e, deles, o 18,9 % levava mais de 6 meses aguardando sua intervenção. A nível regional, a percentagem dos madrilenos com mais de médio ano esperando sua operação representava o 9,4 % do conjunto de pacientes em listas de espera quirúrgica que se situava em 75.426 pessoas.
Estes dados colocam a Madri como a quinta comunidade autónoma com menor percentagem em listas a mais de médio ano de espera, por trás do País Basco (4 %), Galiza (5,5 %), A Rioja (6,4 %) e Navarra (7,4 %). Castilla-A Mancha, com o 36,6 %, apresentava-se como a região com maior percentagem nestes parâmetros de longa espera.
Direito a reclamar
As cifras de SISLE também mostram que na Comunidade de Madri a percentagem de pacientes com mais de seis meses para submeter a uma cirurgia cardíaca é de 2,7 %. Operar-se de cataratas supõe o 7,4 %. Assim mesmo, um 8% espera uma prótesis de cadera e o 9,7 % de pacientes está pendente de ser operado para uma prótesis de joelho.
Por causa da pandemia, o real decreto que determina o prazo máximo para intervenções quirúrgicas em Espanha se suspendeu. Não obstante, quando a situação sanitária não está afectada por acontecimentos catastróficos, epidemias, greves ou disfunciones graves, o paciente tem direito a reclamar se seu tempo de espera para uma intervenção supera os 180 dias. Quando esta situação tem lugar a resposta de algumas comunidades, como Madri, Cantabria ou Castilla e León, é oferecer ao paciente ser tratado num centro marcado ou privado, assumindo a própria administração autonómica as despesas desta derivação.