As aplicações de namoro estão na ordem do dia e já há tempo que deixaram de ser um tema tabu. O que poucos sabem é que um em cada três utiliadores destas aplcações de namoro se considera viciado, e 90% utiliza-as inclusive em horário laboral.
"Têm um efeito semelhante às slot machines e a sua utilização viciante não é casual, é procurada e baseada na ciência graças ao reforço intermitente e a paralisia de escolha", alerta a psiquiatra e membro de Top Doctors Sandra Bravo, que explica que os aplicações de namoro já chegaram às consultas de saúde mental.
As apps de namoro e a saúde mental
Não há que esquecer que o objectivo final de aplicações como Tinder, Meetic, Badoo ou Bumble é monetizar. Estas apps permitem conhecer pessoas de forma rápida e sem investir grandes esforços, mas os peritos cada vez detectam mais vícios, um uso abusivo e más práticas que implicam inclusive situações de assédio .
Uns hábitos e situações que estão a afectar muito a saúde mental dos seus utilizadores e a forma de se relacionarem socialmente. E há perfis mais vulneráveis que outros.
Os mais vulneráveis
Concretamente, os millennials são um 125 % mais propensos que gerações prévias e os homens, um mais 97% vulneráveis a estar enganchados que as mulheres. Mas o vício ou a ansiedade relacionada ao uso das apps de citas é, a cada vez mais, um tema do que falam em consulta pacientes de praticamente todas as faixas de idade.
Em resumo, qualquer momento de vida pessoal que nos possa fazer mais vulneráveis ou ver a app como o único meio para conseguir um fim, aumentará o risco dde nos tornarmos viciados nela.
10 conselhos para um uso responsável
A especialista em psiquiatría de Top Doctors dá os seguintes conselhos para fazer um uso responsável das apps de namoro:
1. Ter precaução se nos encontramos numa situação complexa e utilizamos a app como forma de evasão.
2. Ter claro o que procuramos noutra pessoa, quais são os limites e os "requisitos" mínimos de que precisamos numa relação.
3. Pergunte-se de antemão como te sentirias se te dissessem ou fizessem o que estás a ponto de fazer.
4. Ter claro que, ainda que não conheçamos essa pessoa mais do que virtualmente, por trás desse perfil há alguém real, portanto, seja atencioso e empático.
5. Pôr limites de forma assertiva e ser sincero, mas não de forma prejudicial.
6. Na hora de enfrentarmos a críticas, rejeições ou comentários desafortunados, tentar pensar que essa pessoa não nos conhece e essas críticas, em consequência, não têm o valor que teriam se viessem do nosso meio.
7. Não nos castigar nem culpar em situações, como por exemplo de ghosting, não somos responsáveis pelo desaparecimento de outra pessoa sem ter a coragem ou a capacidade de nos dar um argumento ou de nos despedir.
8. É necessário ir com uma autoconfiança e autoestima forte porque não nem sempre encontraremos pessoas agradáveis, outras pessoas estão aí simplesmente para satisfazer as suas necessidades e conseguir os seus próprios objectivos.
9. Caso que alguém seja ofensivo, terminar essa conversa ou inclusive bloquear essa pessoa para nos proteger.
10. Se formos rejeitados, ter a certeza de que não é porque não sejamos suficientes ou "não valhamos a pena", mas sim porque talvez a pessoa estivesse à procura de algo diferente.