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Decálogo do bom consumidor: as 10 dicas para evitar fraudes nos saldos
Os especialista oferecem uma série de conselhos muito fáceis de seguir com os quais é quase impossível cair na armadilha de páginas fraudulentas ou no engano de um desconto 'fake'
"Nada na vida deve ser temido, somente compreendido. Agora é o momento de compreender mais, para temer menos". Esta máxima da física e química polaca Marie Curie (1867-1934) é totalmente válida e pode-se aplicar a um amplo espectro de situações quotidianas. Inclusive aos receios e medos dos consumidores na hora de cair numa possível fraude ao comprar num e-commerce desconhecido ou ao ver um desconto demasiado bom para ser verdadeiro durante os saldos.
Por este motivo, especialistas em direitos dos consumidores e no setor retail oferecem uma série de chdicasaves e precauções que permitem identificar os website fraudulentos, os anúncios maliciosos em redes sociais, o famoso phishing ou os descontos falsos que não se aplicam a um preço inicial real.
1- Está tudo nos detalhes
Ainda que as medidas de segurança implementadas a nível bancário nos últimos anos tenham acabado com um grande número de enganos, os ciberdelinquentes profesionalizaram-se e criam lojas on-line de aparência profissional.
"Sempre que entramos num marketplace novo têm-se que tomar precauções", diz à Consumidor Global o diretor do Mestrado de eCommerce da IEBS e CEO da Serendipia Agency, David Morán, referindo-se à importância de verificar o domínio oficial da marca ou loja em questão, ver os dados de contato que apresenta o site e que tenha o aviso legal.
2- Ver as letras pequenas do domínio
Ainda assim, às vezes há roubo de identidade de um e-commerce. Nestes casos, o domínio parece semelhante, mas não é o mesmo. Há que olhar bem.
Além disso, processar pagamentos sem que alguém esteja registado é difícil, pelo que pedirão uma informação extra que deve fazer saltar os nossos alarmes", acrescenta Morán, que explica que navegadores como Chrome ou Firefox "dar-nos-ão o alarme" se ao lado do URL não aparece o típico cadeado (certificado de segurança SSL)".
3- A importância das etiquetas nos saldos
Se o consumidor se aproxima de uma loja física durante os saldos, "eu aconselharia olhar bem as etiquetas, nas quais deve aparecer o preço inicial e o preço atual com o desconto, o que permite saber de que desconto beneficiamos", expõe à Consumidor Global a vogal da Subcomisión do Conselho Geral da Advocacia Espanhola sobre Direitos dos Consumidores, Rosana Pérez Gurrea, que alerta que alguns estabelecimentos não cumprem esta norma de etiquetado.
Também é importante ter em conta que, por lei, os produtos dos saldos devem ter sido oferecidos previamente na loja com o preço normal. A fraude mais comum "é que nos vendam um produto defeituoso em vez de um em perfeito estado, algo que está proibido também nos saldos", acrescenta Pérez Gurrea.
4- 'Phishing' e 'bots'
O phishing é uma das técnicas mais utilizadas pelos ciberdelinquentes para enganar os consumidores ao fazer-se passar por uma empresa ou serviço de confiança. Durante a Black Friday, a campanha de Natal ou os saldos temos de estar mais atentos que nunca.
"O ideal é ter o nosso correio com algum gestor tipo Gmail ou Hotmail, que detetam os correios maliciosos e os bloqueiam ou os enviam para a pasta de spam ou promoções", aponta Morán, que acrescenta que qualquer correio que peça directamente dados de pagamento e dados pessoais "deveria fazer saltar o nosso alarme".
5- Nem mensagens privadas nem comentários
Também é cada vez mais frequente receber mensagens privadas com anúncios no Twitter ou Instagram, bem como comentários em publicações para oferecer alguma pechincha.
A maioria das vezes trata-se de "bots", explica Morán, que afirma que "uma marca nunca vai chegar a nós através de uma mensagem privada ou de um comentário numa publicação". Se isso sucede, costumam ser mensagens pouco personalizadas e mal escritas que há que descartar imediatamente.
6- Ofertas superatractivas de outro planeta
Se um produto que custa 200 euros se vende por 10, seria aconselhável contatar com o e-commerce via tcontacto telefónico ou por e-mail, e receber um feedback por parte do vendedor, concordam ambos os especialistas.
O desconto habitual durante os saldos costuma estar entre 30% e 40%. Na indústria da moda, devido às grandes liquidações que se levam a cabo, podem atingir 60%. Tudo o que saia destes valores requererá uma pequena verificação por parte do consumidor.
7- Eleger o melhor comparador
Sempre "é recomendável" utilizar um comparador de preços ou um verificador de ofertas on-line, considera Pérez Gurrea. Nesta linha, Morán afirma que o melhor comparador de preços é o Google Shopping, que está nos filtros básicos de pesquisa.
Deste modo, basta com introduzir um produto concreto no buscador e clicar em Shopping para que apareçam os preços e imagens de todas as lojas on-line que têm esse produto. "É uma ferramenta muito utilizada e fiável", aponta Morán, que explica que o resto de comparadores têm uma distorção que faz com que os produtos apareçam mais dia menos dia em função do que pagam as lojas.
8- Ver o historial de preços
Os preços das lojas on-line variam muito ao longo do ano. Para saber se nos saldos o consumidor encontrou realmente um bom preço existem ferramentas que funcionam com os marketplace e guardam o histórico de preços.
Neste sentido, o especialista recomenda Camelcamelcamel.com, um verificador no qual se deve introduzir o URL de um determinado produto da Amazon e a seguir aparece o histórico de preços. Os vendedores "cumprem mais no on-line que nas lojas físicas com os descontos reais porque é mais fácil aceder ao histórico", resume Morán.
9- Política de cancelamentos
Como em todos os períodos de venda, nos saldos on-line "temos direito de devolver , notificando a outra parte sem pagar penalização alguma", detalha Pérez Gurrea sobre este direito do consumidor que se aplica durante os 14 dias naturais posteriores à aquisição ou receção do bem.
Se o produto está defeituoso, "devolvemo-lo como nos períodos normais de venda e deverão nos devolver o dinheiro, nos dar um artigo novo ou repará-lo", explica a especialista. No que se refere à devolução por qualquer outro motivo, é importante verificar a política de devoluções do erbsite ou do estabelecimento antes de efectuar compra. "Se não se admite, a marca deve anunciá-lo de forma clara e visível", acrescenta.
10- Novas garantias e guardar sempre a fatura
Neste domínio, a mudança mais notória em Espanha (e em Portugal) em 2022 foi a ampliação da garantia de duas a três anos. Além disso, os fabricantes também deverão dispor de peças para fazer reparações durante 10 anos, enquanto em 2021 o prazo obrigado era de cinco anos.
Para qualquer tipo de reclamação, "é imprescindível conservar a fatura", afirma Pérez Gurrea.
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