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Adeus às tarifas 'low cost' de Iryo e Ouigo? Os experientes põem data à subida de preços

As perdas pelo custo energético de algumas operadoras e o recorte de comboios de alta velocidade auguran um futuro incerto para os passageiros espanhóis

Interior de un tren de Iryo
Interior de un tren de Iryo

Os espanhóis preferem viajar em comboio. Isto é o que se deduze do recorde histórico de passageiros (8,32 milhões) que utilizaram os 4.000 quilómetros de vias de alta velocidade que há em Espanha, que tem a rede mais extensa de Europa e a segunda do mundo, durante o segundo trimestre de 2023. Mais especificamente, o número de viajantes que têm contratado os serviços de Renfe (AVE e Avlo), Ouigo e Iryo tem aumentado um 40% no que vai de ano.

Com os dados sobre a mesa, se a alta velocidade está em auge e a cada vez mais passageiros se decantan por viajar em seus comboios, por que as operadoras low cost, como a italiana Iryo e a francesa Ouigo, têm anunciado recentemente um recorte de comboios entre Madri e Barcelona? A que se deve? Como afectará a menor frequência de comboios aos consumidores? Têm as tarifas mais económicas nos dias contados? Os experientes põem data à próxima subida de preços no sector ferroviário.

Iryo e Ouigo recortam comboios

Em cifras, Iryo e Ouigo concentraram no segundo trimestre do ano cerca do 45% das viagens realizadas em comboios de alta velocidade entre Madri e Barcelona, copando Renfe o 55% restante. No entanto, Ouigo, dependente de SNCF (o grupo ferroviário público do França), tem anunciado que restringirá sua oferta de alta velocidade entre Madri e Barcelona a partir de janeiro de 2024, data na que anulará uma de suas frequências diárias. Ao mesmo tempo, Iryo também tem anunciado que tirará o comboio das 7:09 Madri-Barcelona.

Un tren de Ouigo / OUIGO
Um comboio de Ouigo / OUIGO

"Ao final, por tentar ocupar uma quota de mercado, o escalonamento que existe até que sobes tarifas te obriga a ir reduzindo trajectos por operatividad", expõe a este meio o experiente em logística e professor de Economia e Empresa da Universitat Oberta de Cataluña (UOC) Cristian Castillo.

Perdas económicas

Cabe recordar que Ouigo terminou 2022 com 36 milhões de perdas, o que incrementa em 15% sua cifra negativa do ano anterior. Por sua vez, Carlos Bertomeu, o presidente de Iryo, a companhia que aterrou em Espanha em novembro de 2022, tem desvelado recentemente que tem duplicado as perdas pelo custo eléctrico e tem lamentado que a alta velocidade ainda não tenha recebido incentivos públicos.

A irrupción de novas operadoras que procuram captar clientes e competir com Renfe no sector ferroviário espanhol "tem feito que companhias como Iryo e Ouigo revienten os preços operando, inclusive, por embaixo de custo, tal e como alertou a Comissão Nacional dos Mercados e a Concorrência (CNMC)", recorda Castillo.

Adeus às tarifas 'low cost'?

"Iryo põe à venda 10 milhões de bilhetes desde 11 euros para viajar durante 2024 a todos seus destinos". Esta é uma das últimas promoções da companhia italiana. E é que, desde que entraram as operadoras low cost, o preço médio da alta velocidade tem baixado 25 euros em Espanha.

"O mercado está a reorganizar-se. Os preços que estávamos a ver não eram reais. Que um AVE custe 70 euros enquanto Ouigo e Iryo oferecem bilhetes por 10 euros para o mesmo trajecto não faz sentido", explica o especialista em logística.

Os preços que vêm

Todas as estimativas do sector ferroviário cifran o aumento de viajantes para 2024 em outro 40%. Deste modo, se as companhias anunciam uma redução da frequência, "veremos menos ofertas a derrubo e inclusive ligeiras subidas de preço em comparação com os últimos anos", vaticina Castillo.

Un tren de AVLO / FLICKR - André Marqués
Um comboio de AVLO / FLICKR - André Marqués

Segundo o experiente, a estratégia inicial de preços agressivos de Iryo e Ouigo moderar-se-á, pelo que a guerra das operadoras low cost poderia ter nos dias contados, a não ser que o sector se siga liberando e entrem novas companhias na equação.

As portagens de Adif

Desde 2021, Adif, a entidade pública que gere a rede ferroviária espanhola, mantém congelados os cánones que pagam as operadoras para impulsionar a liberalização e a competitividade de preços no sector. Ademais, Adif tem ampliado o congelamento a 2024, mas que fará em 2025?

Em comparação com outros países europeus, "Adif cobra menos às operadoras pelo uso de suas vias", aponta Castillo, quem cifra o canon médio nuns 3.000 euros por trajecto. "Quando Adif descongele sua tarifa, provavelmente Iryo e Ouigo subam preços, porque não se podem manter as viagens por embaixo de custo, ainda que seguirão sendo mais baratos que Renfe", sentença Castillo.

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