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Adeus aos paraísos fiscais? Espanha é líder em evasão de impostos
A riqueza dos residentes espanhóis em territórios 'offshore' ascendeu a 140.000 milhões de euros em 2022
Espanha é líder em evasão de impostos, segundo o Observatório Fiscal da União Européia. Dito relatório detalha que a riqueza dos residentes espanhóis em paraísos fiscais, sem incluir bens como a moradia ou as obras de arte, ascendeu a 140.000 milhões de euros em 2022, o que representa o 10,6% do PIB.
Ademais, Espanha é o décimo país mais afectado pelos impostos que se deixam de ingressar pelas manobras fiscais das empresas.
O cerco aos paraísos fiscais
"Tanto o segredo bancário como a negativa a fornecer informação dos denominados paraísos ou territórios offshore estão em claro retrocesso", expõe o advogado do despacho Círculo Legal Madri Diego Cabezuela, quem acrescenta que "não oferecer informação transparente à contraparte complica a abertura de novas oportunidades de negócio para as empresas".
No entanto, o cerco aos paraísos fiscais vai-se estreitando, pois o intercâmbio de informação bancária entre países tem conseguido reduzir um 27% a evasão de impostos durante as últimas duas décadas. Mesmo assim, Suíça, por exemplo, ainda acumula o 37,2% de toda a riqueza financeira espanhola não declarada à Agência Tributária.
Mais riscos que oportunidades
Do lado das empresas, Cabezuela admite que muitos países dos considerados paraísos fiscais "se deram conta de que estar numa lista negra é um obstáculo para ser respeitados no comércio internacional, enquanto as próprias companhias vão abandonando os paraísos fiscais porque põem em risco sua própria operativa".
Neste sentido, "não oferecer informação transparente sobre aspectos essenciais como contas, estrutura ou titularidade real, complica sobremaneira a abertura de novas oportunidades de negócio", assegura Cabezuela. É o princípio denominado "conheça a seu cliente".
Medidas antifraude
Além de propor um imposto global de 2% para gravar a riqueza dos quase 3.000 ultrarricos e assim arrecadar mais de 200.000 milhões de euros ao ano, desde o think tank europeu propõem elevar o imposto mínimo de sociedades de 15% ao 25% em todo mundo.
Igualmente, o letrado adverte de que "as medidas antiparaíso promotora se estão a endurecer progressivamente e a margem de manobra das empresas arraigadas neles reduzir-se-á ainda mais nos próximos anos". Medidas como não reconhecer a personalidade jurídica às sociedades arraigadas em paraísos ou lhes proibir estabelecer contratos públicos ou receber subvenções, tanto a elas como às que se relacionam com elas, são fórmulas de castigo que estão em cima da mesa. E Cabezuela puntualiza que "são medidas que estão num horizonte próximo e que podem supor elementos de disuasión muito eficazes".
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