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The Vegetarian Butcher quer seduzir mais amantes da carne para a causa 'veggie'
Esta marca de Unilever apresenta umas tiras de vitela e um lombo panado 'plant-based', alimentos com os quais quer ajudar a democratizar a categoria
No fértil ecossistema das pessoas que trabalham diariamente pelo desenvolvimento da alimentação plant-based, um dos nomes próprios é Andrea Fuentes, country Business Lead no The Vegetarian Butcher, uma das marcas do gigante Unilever Food Solutions.
Esta especialista falou com a Consumidor Global no marco da feira HIP e diz com entusiasmo que a alimentação de origem vegetal é uma "tendência imparável" que o consumidor "cada vez procura mais e mais". De facto, indica que cresce a dois dígito.
'NoLomo' panado
Na feira, onde os alimentos vegetais foram protagonistas, The Vegetarian Butcher apresentou duas novidades para o canal profissional de food service. "Por um lado, um lombo panado, para cobrir a parte quiçá mais infantil ou familiar, porque é um produto muito fácil de cozinhar , com o qual além disso entramos no mundo do porco, no qual até agora não estávamos", explica Fuentes.
Tal como especifica a Unilever no seu site, este 'NoLomo' é feito a partir de soja não modificada geneticamente. E, tal como o resto de produtos da família, aspira a conquistar os não iniciados não porque seja vegano, mas sim pelo seu sabor. "Feito por amantes da carne para amantes da carne", reza o site. No entanto, este ponto de vista tem sido criticado por alguns especialistas em alimentação sustentável que defendem em pôr o foco em produtos vegetais locais não processados.
Umas tiras de vitela para saladas veganas
O segundo produto que apresenta a The Vegetarian Butcher, e que os consumidores encontrarão no futuro nos restaurantes, são umas tiras de vitela (de não-vitela) ready to eat. "É um produto que me entusiasma particularmente", afirma Fuentes. A sua grande vantagem é o seu carácter prático: pode ser descongelado e servido de imediato. "Achamos que isto, a nível operacional, é muito relevante para o canal profissional", indica a perita. Assim, é provável que se convertam num must para pokes, sándwiches ou saladas.
Além disso, estes pedaços de vitela ("vitela por chamar de algum modo, é um pouco pulled pork, com um ponto estufado e marinado", precisa Fuentes) têm a ambição, tal como toda a gama, de ser "muito parecidos à sua versão animal". Neste sentido, a directora do The Vegetarian Butcher destaca que a recepção está a ser muito boa. Além disso, reconhece que trascender o frango ou as hamburguesas veganas para meter no segmento da vitela "representa um pouco mais de risco e de aposta a nível de i+D, e temos conseguido fazê-lo".
"Democratizar" a categoria 'plant-based'
Quanto aos preços, Fuentes admite que a inflação "é algo que nos impacta a todos", mas defende que eles têm tentado que se repercuta o menos possível no consumidor final, já que dentro das suas ambições está a de "democratizar" a categoria plant-based. "É um produto que o consumidor está a procurar muito, mas ainda tem muitas barreiras, e uma dessas barreiras é o preço", reconhece. "Temos que tentar, através de poupar noutras coisas, que se compense isto", explica, com determinação na voz.
Contudo, o objectivo prioritário continua a ser desenvolver produtos que se pareçam muito ao original animal. "Espanha é um país muito carnívoro. As pessoas gostam muito da carne, é algo que temos nas nossas tradições, na dieta do dia-a-dia, e acho que o grande desafio é convencer a todas essas pessoas que ainda têm uma barreira de percepção e pensam que estes produtos não são saborosos, ou que vão ter que renunciar do que gostam", conta De Fuentes. "O nosso mantra é 'sabor, sabor, sabor': produtos que estejam bons para que as pessoas se atreva a prová-los e depois digam "bolas, isto está muito bom", e fique".
Metade de recursos
Num contexto de crescimento como o actual, Fuentes revela que a parte mais emocionante do seu trabalho diário é ver "como se trabalha conjuntamente com cientistas, chefs e especialistas em i+D, conbinando a tecnologia, a inovação e a investigação és capaz de produzir um bom produto usando metade de recursos ou menos", argumenta.
E isso exige adaptação constante. "Todos os dias se melhora, porque todos os dias há novas técnicas, novas proteínas ou novas formas de produzir", reconhece. O seu desejo para 2023 é que haja "mais plant-based", e que esta categoria "seja o motor de grandes empresas como a Unilever".
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