A Organização Mundial da Saúde (OMS) estuda os possíveis efeitos canceríngenos do aspartamo, um edulcorante não calórico habitual em bebidas light, doces e outros produtos alimentares.
O 14 de julho publicar-se-ão dois relatórios ao respeito: um que estuda o potencial carcinogénico desta substância e outro onde revisar-se-ão as actuais recomendações de seu consumo diário.
O consumo de edulcorantes
Depois de conhecer-se esta informação, o Conselho Internacional de Associações de Bebidas (ICBA, por suas siglas em inglês) emitiu um comunicado no que assinalava que as autoridades deveriam estar "muito consternadas", dado que, a seu julgamento, o novo critério expressado pela OMS "contradiz décadas de evidência científica de alta qualidade" e que poderia levar a que os consumidores elejam produtos com mais contido de açúcar.
Os experientes já advertiam que o consumo de edulcorantes não nutritivos é seguro, mas não recomendável. No entanto, "a mensagem zero por cento açúcares enmascara o alto conteúdo em calorías, gorduras ou sal destes produtos processados edulcorados, que enchem a cada vez mais o supermercados e que em nenhum caso são saudáveis", explicava o Conselho Geral de Colégios Oficiais de Dietistas-Nutricionistas (CGCODN).
Que é o aspartamo?
O aspartamo é um edulcorante não calórico —aditivos alimentares que podem agregar aos alimentos e bebidas como sustitutivo do açúcar—descoberto em 1965 pela multinacional farmacêutica G. D. Searle and Company. Usa-se na indústria alimentar desde os anos 80 e é, junto com a sacarina, um dos edulcorantes mais utilizados.
No passado mês de maio a OMS já assinalou que os edulcorantes como o aspartamo ou a estevia não são efectivos para controlar o peso em longo prazo e que podem ter efeitos indeseados se se usam por muito tempo, como o aumento do risco de diabetes de tipo 2, de doenças cardiovasculares e de mortalidade em adultos.
Que produtos levam aspartamo?
Segundo a Associação de Bebidas Refrescantes ANFABRA, o aspartamo encontra-se em mais de 6.000 produtos comercializados na actualidade e mais de 200 milhões de pessoas em todo mundo o consomem. De facto, é um ingrediente habitual em multidão de bebidas e alimentos, especialmente, postres, doces, gelados, yogures, chicles e produtos baixos em calorías, entre os que destacam:
- Refrescos edulcorados e bebidas light.
- Cervejas sem álcool, sidras e outras bebidas alcohólicas, não alcohólicas ou em cocktails e misturas.
- Preparados de frutas, verduras e hortaliças.
- Cereais de café da manhã.
- Produtos de bollería, pasteles, gelados, bolachas e yogures.
- Mermeladas, compotas, jaleas e néctares de fruta.
- Produtos para untar.
- Produtos de cacau e chocolate.
- Frutos secos ou frutas desecadas.
- Produtos de confitería e obleas.
- Pastillas e caramelos sem açúcares acrescentados.
- Chicles sem açúcares acrescentados.
- Molhos e sopas.
- Produtos de aperitivo e conservas.
- Edulcorantes de mesa líquidos, em pó ou em comprimidos.
- Medicamentos e alimentos dietéticos especiais.
Como saber se um produto leva aspartamo?
A legislação européia marca que o aspartamo deve se identificar no etiquetado dos alimentos que o contêm. A Agência Catalã de Segurança Alimentar (ACSA) explica que, ao igual que com outros aditivos alimentares, sua presença se indica com a letra E, seguida de um código numérico. Neste caso, a presença de aspartamo corresponde-se com o código E-951.
Ademais, como para qualquer outro edulcorante, se deve incluir na etiqueta a declaração "com edulcorante(s)" junto à denominação do alimento, segundo explica ANFABRA. No caso daqueles alimentos que contenham aspartamo ou sal de aspartamo-acesulfamo, devem incluir também a menção "contém aspartamo (uma fonte de fenilalanina)" em sua etiqueta nos casos em que o aspartamo ou sal de aspartamo-acesulfamo estejam designados na lista de ingredientes sozinho com a referência a um número E.