As imagens de alguns estantes vazios dos supermercados já não surpreendem a ninguém. Enquanto alguns estabelecimentos conseguem repor rápido o produto, outros vêem como as compras em massa dos consumidores fazem mella em seus estabelecimentos. Por isso, o sector tem querido enviar uma mensagem alta e claro aos utentes.
Pedem-lhes que deixem de fazer acopio de alimentos e compras em massa dantes do fim de semana para evitar o desabastecimiento. E recordam: "a situação é muito complicada", tal e como tem recordado a directora de Competitividade e Sustentabilidade da Federação de Indústrias de Alimentação e Bebidas (FIAB), Pomba Sánchez Pello.
O nervosismo do consumidor não ajuda
Num contexto marcado pela greve de transportadoras, as empresas do sector querem evitar a toda a costa problemas maiores e que todos os clientes possam aceder a seu catálogo de produtos habituais.
Se o Executivo não adopta já medidas e soluções, "as dificuldades serão muito grandes nos próximos dias", tem enfatizado Sánchez Pello. "A gente põe-se nervosa, mas o sector é responsável e demonstrou-o durante toda a pandemia e tentará por todos os meios abastecer sempre que possa", tem acrescentado.
Uma greve legítima, mas com graves consequências
Desde FIAB empatizan com os transportadores e entendem que sofram, e muito, as subidas dos combustíveis e da energia. "Os preços estão desorbitados, entendemos que as reivindicações são legítimas, mas pedimos que não se coarte a liberdade de movimentos de mercadorias", enfatiza Sánchez Pello.
Na mesma linha pronunciou-se o secretário geral de Asedas , Felipe Medina, quem destacou o "grande compromisso" do grande consumo e lançou uma mensagem de tranquilidade aos consumidores porque trabalha-se na reordenação do surtido num marco de "grande colaboração" com os provedores. Por sua vez, o presidente de ACES , Aurelio do Pino, pediu também aos consumidores que exerçam com responsabilidade as compras e evitem que sejam "compulsivas" porque isso complica, ainda mais, a gestão dos estoques nas lojas.