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O desgosto que levar-te-ás com os chocolates mais baratos do supermercado

Os nutricionistas alertam do caras que podem sair estas tabletas para a saúde do consumidor devido a seus componentes

Marta Peiro

chocolates supermercado ahorramas

A quem lhe amargura um chocolate? Para desayunar e começar no dia com energia, para tomar um tentempié a meia tarde, ou inclusive para dar-se um capricho dantes de ir à cama. A muitos apetece-lhes sempre uma boa tableta. E se pode-se comprar por pouco dinheiro, muito melhor. Ao menos isso é o que pensam aqueles que, ao adquirir no supermercado por menos de um euro, não caem na conta de que quiçá o preço que estão a pagar pode repercutir seriamente em sua saúde. Um chocolate barato pode sair caro despudés.

Tanto é de modo que nutricionistas como Raquel Ramírez Márquez consideram que "os baratos que se vendem nos supermercados não são nem chocolates". A especialista assegura que pára que um doce deste tipo seja bom para a saúde tem que ser puro, amargo, e, sobretudo, não ter açúcar, leite e outros componentes. "Estes são os que têm as verdadeiras propriedades do cacau", afirma.

Tabletas de chocolate Auchan, num supermercado Alcampo / CG

Pouca pureza e muito açúcar

Longe desta descrição de Ramírez encontram-se alguns chocolates da marca Alipende. A jóia da coroa é o alvo, cuja quantidade de açúcar chega aos 60,4 gramas por 100 de produto. Seus níveis de gordura não ficam atrás: a tableta contém até 32 gramas. Em Ahorramás encontra-se por 0,95 euros. O puro desta assinatura também conta com 31,3 gramas de gorduras e 44,8 gramas de açúcares, o que, segundo Ramírez Márquez, se afasta muito de ser saudável. Isso sim, o consumidor pode o comprar por 0,75 euros no mesmo supermercado.

Ainda que sirva para atrair ao consumidor, este capricho não se volta melhor por lhe acrescentar componentes. Prova disso é o chocolate puro com almendras de Alipende, cujo nível de gordura ascende aos 35,5 gramas e 37,5 gramas de açúcares. Seu preço, também em Ahorramás, é de 0,99 euros. O negro 72 % com pepitas de Alipende, ainda que possui menos quantidade –28,2 gramas— de açúcar , tem mais gorduras –39,5 gramas--. Seu consumo deveria ser muito limitado, mas seu preço não chega nem ao euro.

Alguns doces da marca Alipende em Ahorramás/ CG

Chocolates baratos com muitos estimulantes

Niklas Gustafson é partidário de eleger qualidade com menos açúcar e mais cacau orgânico. "A gordura hidrogenada é malísima, pois está tão modificada que o corpo não sabe digerirla e não só se manifesta em forma de grãos, sina que também pode gerar cancro ou alzhéimer. E os azeites que se usam são importantíssimos", assinala. O nutricionista de Natruly opina que se o consumidor compra um chocolate barato acabará pagando a diferença de preço com sua saúde.

É o caso de Milka . Seu tableta clássica com leite contém 36 gramas de gordura e 47 gramas de açúcares. Está disponível em Alcampo por 0,89 euros e em Dia por 1.15 euros. A assinatura da vaca morada também tem uma versão com caramelo cujos valores nutricionais, segundo os experientes, estão longe de ser recomendáveis: 33 gramas de gorduras e 52 de açúcar. Pode-se encontrar em Ahorramás por 0,90 euros.

Tabletas de Milka no supermercado Ahorramás / CG

Ansiedade, nervos e excitação

O naturópata alimentar Miguel Ángel Ruiz Novo incide nos problemas de nervosismo e ansiedade dos consumidores por comer chocolates de escassa qualidade. Segundo detalha, este produto leva teogromina, similar à cafeína. Esta produz excitação e nervos, ao ser um estimulante do sistema nervoso central. Se a tableta, ademais, leva leite, pode produzir hiperactividad, ao conter os lacticínios uma proteína chamada caseína. "E o açúcar é outro estimulante, um edulcorante rico em sacarosa, que nos põe nervosos e alterados", sublinha.

Segundo suas declarações, convém ter cuidado com os chocolates de Dia . No caso do negro de sua marca branca, que não custa mais de 55 céntimos, a metade deste produto é açúcar. O mesmo ocorre com os que têm leite e escarea ou leite e almendras da marca, com 48 gramas de açúcares a cada um e um preço de 1,05 euros. Mas também há outras conhecidas assinaturas que têm produtos que nenhum nutricionista ou experiente recomendaria. O Nestlé Dolca com leite sem gluten tem 27,5 gramas de gorduras e 62,1 de açúcar e custa mal 0,75 euros. E o Nestlé Dolca negro, com 27,3 gramas de gordura e 54,6 de açúcar, também não é muito melhor. Pode-se adquirir pelo mesmo preço.

Tabletas de Nestlé Dolca à venda no DIA / CG

Marcas brancas

Quanto mais puro seja o cacau e menos aditivos tenha, melhor. Essa é a opinião dos especialistas, que também não se cumpre nos produtos de Auchan (Alcampo), muito grasos e azucarados. A variedade de leite e avena, por exemplo, tem 34 gramas de gorduras e 48 de açúcar (0,92 euros); e o que tem almendras contém 35 gramas de gorduras e 47 de açúcar (0,86 euros). Nem sequer apresenta uns valores nutricionalmente saudáveis a tableta de chocolate com leite e sem gluten, cuja quantidade de açúcar chega aos 56 gramas (0,77 euros).

Desta marca branca só poder-se-iam salvar, segundo as opiniões dos experientes, o que leva leite extra suave reduzido em açúcar, que contém 32 gramas de gorduras e 11 de açúcar (0,95 euros); e o Noir 52 % baixo em açúcares, com 34 gramas de gordura e só 1,6 gramas de açúcar (0,87 euros).