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O queijo Cremette sobe de preço depois de incluir o selo Carlos Rios: efeito inflação ou influencer?

Este produto da nova faixa Realfooding tem-se encarecido um 15 % num par de meses

Núria Messeguer

carlos rios queso

O sonho de Carlos Rios é ter um supermercado Reafooding. O nutricionista, influencer e empresário defende a comida fresca e de qualidade. Afasta-se dos ultraprocesados e todo o produto que contenha açúcares acrescentados. Uns ensinos que, por muito mundanas que pareçam, têm suposto toda uma revolução em Instagram . Por enquanto, Rios tem sete produtos com o selo Realfooding à venda. Um deles é o queijo cottage, que agora é um mais 15% caro.

O lacticínio lançou-se a princípios de fevereiro baixo o nome de Cremette e começou-se a vender em vários supermercados como Alcampo, O Corte Inglês, Caprabo, Eroski ou Bonpreu, entre outros. Não obstante,já existia nos lineares. Fez-se um relanzamiento. Mas não mudou nem o packaging, nem a formulação. E dos 1,35 euros que valia agora custa 1,55 euros. Efeito inflação ou influencer?

O preço do queijo Cremette dantes / ALCAMPO

Os lacticínios sobem de preço

A escalada de preços agravada pela Guerra de Ucrânia supõe um golpe duro para o bolso de muitas famílias. E os lacticínios têm sido um dos produtos de primeira necessidade que se têm encarecido. Segundo os últimos dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística, o custo do leite tem subido um 2 % de fevereiro a março.

Assim, a empresa que produz o queijo de Carlos Rios, Hochland, tem querido enfatizar a Consumidor Global que agora está mais caro "pelo enorme incremento no custo das matérias primas, embalagens e energia". Segundo fontes da companhia, neste ano paga-se "um 30 % mais pelo leite", isto é, segundo seus cálculos "uns 15 céntimos mais por litro". Ademais, Hochland faz finca-pé em que uma parte desse aumento é devido ao custo do packaging : "O plástico e o cartón têm subido um 40 %", remarca.

O queijo Cremette agora / ALCAMPO

Influencer ou inflação?

"É uma subida de preço injustificable", considera Neus Costumar, professora da Universitat Oberta de Cataluña (UOC). A seu julgamento, a inflação afecta, mas 20 céntimos de diferença no preço de um queijo respondem a mais questões. "·s uma subida bastante abrupta", incide esta experiente.

Emili Vizuete, professor de Economia da Universidade de Barcelona, considera que toda a subida de preços injustificada deve ir acompanhada de um valor extra. "Neste caso é a colaboração com o influencer", aponta. Ainda que Vizuete vai um passo para além e assinala que "muitas marcas aproveitam que sobem os custos de produção para encarecer o preço de seus produtos e justificar com a inflação". A seu parecer, o consumidor está muito sensibilizado com o contexto actual "e aceita de melhor maneira que aumentem os preços".

Carlos Rios / CG

O papel de Carlos Rios

Carlos Rios também se posicionou a respeito do tema. "Nós ao não ser fabricantes não pomos os preços dos produtos, nem os decidimos, mas a subida do preço dever-se-á ao encarecimiento das matérias primas", afirma a este meio.

Vizuete sustenta, neste sentido, que os próprio Rios, da mesma maneira que o consumidor, é vítima mais da subida. "A multinacional tem subido o preço aproveitando a inflação e que tem o beneplácito dos seguidores do Realfooding", considera o experiente. De facto, Rios tem explicado a Consumidor Global que "em nenhum caso queremos que nosso selo suponha uma subida de preços para o consumidor, todo o contrário, se temos um volume de vendas podemos conseguir preços mais competitivos em alguns produtos saudáveis que dantes era impossível por sua baixa rotação"a. Ainda assim, hoje o queijo cottage do Reafooding vale um 15 % mais que faz tão só dois meses.