Comerias um cocido com forma de embrião humano? É a proposta, nada isento de polémica, do chef Andoni Luis Aduriz, do restaurante Mugaritz (com duas estrelas Michelin).
O plato de Aduritz é uma reinvención deste popular guiso e sua visão particular do mesmo. De facto, tal e como tem detalhado o próprio cocinero, "não tem por que gostar a todos".
O embrião da cozinha, segundo Aduriz
A equipa deste reputado chef leva anos gestando a ideia. Assim, seu aposta é uma simulação de embriões humanos de três meses e carnes liofilizadas, além de suprimir o caldo como fio condutor. Segundo tem detalhado o próprio Aduriz a Pilar Salgas (EFE) trata-se de explicar a "origem e a concentração" e conceptualizar um cocido como a génesis, isto é, como o "embrião da cozinha".
Ademais, neste trampantojo pretende-se aludir ao arcángel Gabriel, quem informou à virgen de sua gestación, e que é uma figura que às vezes se representa baixo querubines, segundo relatam fontes directas a Hule & Mantel.
Um cozinho do mais "provocador"
Sem dúvida, esta tem sido o plato "mais vanguardista, atrevido e provocador" de todos os convidados de "O cocido de todos", actividade periódica na Cozinha de Frente organizada pelo cocinero Juanjo López.
Esta reprodução está feita a base de caldo de garbanzo com suco de escareas e caviar no que o cérebro em formação se simula com uma almendra. Aduriz também tem "extraído" o fio condutor, o caldo, o servindo liofilizado num passe com tuétano asado; seguido de umas verduras (cenouras, chalotas e nabos) cozinhadas durante três dias a 90 graus servidas com néctar de pimientos e trufa negra. Enquanto, o 'viro' de carnes dispõe-se sobre um creme emulsionada com gordura de frango para jogar com as texturas, elementos finques em Mugaritz, que faz 24 anos deu seu primeiro serviço.