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Levar um pepino a teu próximo festival: a moda para hidratarse que os nutricionistas questionam

Assistentes a um evento em Chinesa começaram a usar este truque para evitar fraudes por água embotellada e o conselho estendeu-se pelas redes sociais

Ana Carrasco González

Una chica come un pepino en un festival

Numerosos assistentes a um festival musical celebrado recentemente em Chinesa levaram em suas bolsas um pepino. Sim, um pepino. A razão não era outra que evitar fraudes pelo água embotellada, que costumam destapar na entrada e que tem um preço elevado no interior. Cabe destacar que os pepinos são conhecidos por seu alto conteúdo de água e podem passar por alto a segurança nos eventos musicais.

Este conselho estendeu-se pelas redes sociais. Não obstante, ao chegar a ouvidos de nutricionistas, têm questionado esta alternativa para manter-se hidratado. "A composição de água do pepino é de 96 %, agora bem, quanto pesam os pepinos? Deves-te levar uma quantidade específica para estar bem hidratado durante as horas que dure o festival", explica Juan Revenga, dietista-nutricionista e biólogo.

É uma boa opção?

"Não está mau tomar pepino para hidratarse se não há opção, evidentemente, de entrar ao recinto com água", puntualiza Revenga a este meio. "É uma fruta composta por muita água, tem muito poucas calorías e, ademais, com o valor acrescentado de que tem um ónus de sais minerales relativamente importante. Com o qual não somente se repõe a parte de hidratación sina também o ónus de electrolitos", destaca.

Vários assistentes desfrutam de um festival de música / PIXABAY

No entanto, o nutricionista sublinha que o conselho é que quando se tenha a sensação de sejam, o recomendável é beber água, não outra coisa. "Parece um pouco louco tomar-se tantísimas moléstias por introduzir uma fonte de hidratación como o pepino quando o que é seguro é que se vai tomar uma fonte de deshidratación, que é o álcool, porque é terrivelmente diurético", aponta Revenga.

A segurança alimentar

Outra derivada que sai à palestra com o tema de levar pepinos a um festival para a hidratación é o tema da segurança alimentar. "Tê-lo-ias que levar lavagem e tê-lo-ás que levar protegido para que durante todo esse momento não sofra contaminações", recorda o experiente, já que é uma fruta que se come crua e, por tanto, é importante que esteja higienizada.

Cabe recordar a crise dos pepinos, que se originou a raiz das acusações das autoridades sanitárias alemãs quando culparam aos pepinos importados de Espanha como os causantes de uma intoxicación alimentar pela bactéria Escherichia coli, que provocou mais de 50 fallecimientos no norte do país em maio de 2011.

"É uma chorrada"

Em todo o caso, à hora de entrar num festival, levar um pepino cru pode causar algum contratiempo por tema de segurança. Alguns optam pelo levar cortado em rodelas numa bolsita para entrar sem problemas, mas está opção está descartada por Revenga. "É uma marranada. Desde o ponto de vista da segurança alimentar, se vais levar um pepino, o ideal é levá-lo inteiro, não em rodajitas, porque quantas mais rodelas, mais aumenta a superfície de possível contaminação e crescimento bacteriano", argumenta o nutricionista.

Um pepino cortado em rodelas PIXABAY

"Isto se trata de uma proposta efectista, uma busca de se converter em trending topic", declara Revenga. "O que está a chamar a atenção é a graça do pepino, mas não acho que tenha muito futuro. Está a utilizar-se para gerar um conteúdo que gera certas visibilidades, mas daí a que seja a melhor opção entre as possíveis, é um pouco chorrada", enfatiza o experiente.

Pode-se entrar a um festival com comida?

À margem de se é uma boa opção ou não para se manter hidratado num festival, outra das grandes questões é se se pode entrar a um evento com comida. A Lei Geral para a Defesa dos Consumidores e Utentes, concretamente o artigo 82.1., indica que proibir entrar a um destes recintos com comida e bebida de fora é uma "cláusula abusiva", já que se consideram abusivos todos aqueles pontos que causem "um desequilíbrio importante dos direitos e obrigações das partes que se derivem do contrato".

A advogada de UB Consultores, Rocío Colás assinala a este meio que "não te podem proibir entrar no festival com comida, desde que não se gere um grande desequilíbrio e se incluam certas excepções, como no caso de alimentos infantis, alergias, água, possibilidade de sair a comer fosse e voltar a entrar ao recinto. Desta maneira, caberia a opção de proibir ou não. Teria que estudar o caso concreto".

Também não há uma norma que o permita

A advogada destaca também que "como tal, não existe nenhuma norma que expressamente reconheça o direito de um utente a aceder com seus próprios produtos a um espectáculo ou concerto. Mas cabe interpretar a legislação vigente para determinar se estas práticas são legítimas ou não".

Vários jovens desfrutam de um festival / EP

Assim mesmo, reflexiona sobre "o facto de que permitir o acesso livre com comida e bebida aos festivais também poderia dar lugar a problemas em caso de intoxicaciones alimentares, pelo que em ocasiões pode ser razoável dita proibição, desde que não se imponham preços desproporcionados", que é, pelo geral, o que criticam os consumidores.