Uma juíza tem lembrado enviar a julgamento a onze pesquisados por participar numa trama de venda de carne de cavalo em mau estado que chegaram a exportar a outros países como Bélgica ou Itália. Algumas peças desta carne inclusive continham restos de melanoma e chegaram a dar positivo em listeria .
A titular do Julgado Central de Instrução número 3 tem decretado a abertura de julgamento de oral por delitos contra a saúde pública, falsidade documentária ou grupo criminoso contra onze processados, para quem a Promotoria pede condenações dentre quatro e nove anos e meio de prisão.
Carne de cavalos não aptos para o consumo
Os factos remontam-se, ao menos, a 2016, e a base de operações encontrava-se em duas mataderos das localidades leonesas de Astorga e Toreno. A carne procedia de cavalos dos que não se dispunha documentação ou de animais cuja carne não era apta para o consumo humano. A documentação se falseaba com certificados de outros animais, alguns inclusive morridos.
Outras instâncias directamente sacrificavam-se e "entravam na corrente alimentar humana" sem ser válidos para isso, segundo o escrito de conclusões provisórias do fiscal. Na trama também participa o veterinário oficial.
Implicados em fraudes anteriores
Em seu auto, a juíza impõe ademais o pagamento de fianças que oscilam entre 40.000 e 120.000 euros, segundo o caso. Os processados estão acusados de participar na introdução no mercado de carne de cavalo não apta para consumo humano, evitando sua traçabilidade e controle sanitário.
Entre os implicados encontra-se Johannes Fasen, que foi condenado no França pela maior fraude alimentar de Europa, o caso Horsegate, um escândalo com ramificações internacionais que saltou em Reino Unido em 2013 e que destapó a comercialização de carne de cavalo a fazendo passar por ternera.