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Heura, Beyond Meat, Lidl e Aldi: qual é o melhor hambúrguer vegetariano 'sangrento'?
Nos lineares dos supermercados há cada vez mais hambúrgueres que não são de carne, mas querem parecer-se com os tradicionais
A carne –com sangue, no forno, na grelha ou estufada–cada vez tem mais concorrentes. Até há pouco, as únicas alternativas vegetais aos burgers tradicionais eram uns discos tristes de lentilhas, tofu ou seitán. No entanto, para alegria de muitos, em 2019 chegaram as hambúrgueres hiperrealistas veggies ao mercado espanhol. São vermelhos, gordurosos e rugosos, mas plant-based.
A primeira desta estirpe e a mais famosa de todas é a Beyond Burger, da empresa americana Beyond Meat. Ainda que esta já não seja a única que se vende no supermercado. Agora, marcas como Heura e também supermercados como o Aldi e Lidl têm a sua própria versão. Ainda que, face a estas numerosas opções, qual é o melhor burger vegetal? E o melhor?
Até 5 euros por um pack de hambúrgueres
Vistas de fora, todos parecem hambúrgueres de carne. No entanto, a proteína de grão de bico ou soja, óleo de coco, amido de batata ou extracto de beterraba são alguns dos ingredientes que as compõem. De textura rugosa e cor rosada, estas quatro opções hiperrealistas podem enganar qualquer consumidor. Todas se vendem em packs de 227 gramas e com duas unidades, salvo as da Heura que têm um pouco menos –220 gramas–.
Os preços são um tanto dispares. As ae Beyond Meat são as mais caras de todas, ascendem a 4,95 euros. Na verade, o consumidor paga 5 euros por dois burgers de proteína de grão de bico que, além disso, são crús. Os da Heura seguem-nos muito de perto, vendem-se no Carrefour ou Alcampo por um preço de 4,79 euros. Por último, os mais económicos são os do Aldi e os do Lidl, que se vendem por 2,99 euros.
Parece carne, mas não é
Os hambúrgueres hiperrealistas vegetais não sabem a carne. Nem de longe. Descrever o seu sabor, por outro lado, não é uma tarefa fácil. A equipa da Consumidor Global provou-as. Feitas na grelha e com um fio de azeite. Nenhum pão, alface ou molho acompanhou a prova. Assim é mais difícil enganar o consumidor, porque a maioria de produtos plant-based melhoram com uns bons complementos.
O primeiro bocado, no mínimo, surpreende. Na aparência e em textura têm sabor um aprovado, mas no paladar não conquistam. Todos estão muito marinados e bastante salgados, em especial os oe Lidl. Lembram, salvando as distâncias, à carne bovina, de facto são um pouco contundentes, em particular o da Beyond Meat que inclusive incorpora elementos que simulam cartilagem.
A opinião dos nutricionistas
Segundo Susana Costa, nutricionista na consulta Nutriciona da Corunha, nenhum dos quatro hambúrgueres é recomendável. "Todos têm muitos ingredientes, gorduras e também amido, este tipo de hambúrgueres são um produto de consumo esporádico", explica.
Quanto à composição, Costa assinala que "a Beyond Meat é a que tem um melhor perfil, nada de açúcares, pouco sal e apenas 5 gramas de gorduras saturadas". Apesar disso, esta profissional também destaca que "todao têm uns valores muito parecidos que não estão nada mal, o problema recae na longa lista de ingredientes". A maioria destas alternativas contém óleo de colza ou colza, um tipo de gordura muito utilizada na indústria dos ultraprocessados e que os especialistas desaconselham.
E o melhor sabor?
Ainda que a composição da Beyond Burger conquiste mais os especialistas, a sua excessiva semelhança com um hambúrguer tradicional, no especto, provoca sentimentos encontrados no consumidor, tanto no carnívoro como no vegano. Pelo contrário, no que respeita ao sabor –e à carteira– a melhor opção é a do Lidl.
Ainda assim, a de Aldi segue-a muito de perto. As duas partilham um gosto marinado, são ternas na boca e não passam de gordurosas. Têm uma textura suave, não se colam na frigideira e o seu cheiro abre o apetite. Por outro lado, o da Heura decepciona. Cozinha-se bem, mas não sabe a muito, por não dizer a nada. Na boca a sua textura é esponjosa, algo estranho num hambúrguer e, além disso, há que investir muito mais nele.
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