O sector aceitero espanhol encontra-se numa situação de risco pelas baixadas de preço do azeite de oliva no mercado. Por isso, no Conselho de Ministros desta terça-feira se aprovou um real decreto que permite a autorregulação obrigatória deste segmento. Mais especificamente, poder-se-ão aplicar medidas para favorecer uma melhora do mercado do azeite de oliva, entre as que figura a possibilidade de uma retirada temporária, segundo tem declarado a porta-voz do Governo, María Jesús Montero.
"Permite aplicar umas melhoras que têm sido demandadas pelo mesmo sector" durante anos e servirão para mudar a complicada situação marcada pelas baixadas de preços, tem sublinhado o Executivo. Assim, a retirada se efecturá quando "a situação seja de claro risco". O decreto fixará uns requisitos e o conteúdo de um regulamento para a comercialização com o fim de encontrar um equilíbrio entre a oferta e a demanda.
Espanha, o país do azeite de oliva
Segundo um relatório apresentado por Luis Planas, ministro de Agricultura, Pesca e Alimentação, os factores causantes desta "instabilidade" nos preço têm sido o Brexit, os impostos de Estados Unidos e a situação de emergência sanitária provocada pelo Covid.
Montero tem assinalado as situações "realmente difíceis" pelas que tem vivido o sector durante as duas últimas campanhas provocadas pelas quedas de preços e tem recordado que o cultivo de azeite de oliva está presente a 15 das 17 comunidades autónomas do país. Mais de 350.000 agricultores trabalham para este sector, que gera 32 milhões de salários e 15.000 empregos na indústria vinculada a esta actividade. Como tem posto de relevo a porta-voz do Executivo, Espanha é líder mundial na produção e exportação de azeite de oliva, com uns benefícios a mais de 2.800 milhões de euros.