França obrigará a todos os restaurantes a indicar que alimentos não são caseiros

A medida procura proteger a gastronomia, cuidar ao consumidor e premiar ao trabalhador que verdadeiramente elabora sua "cozinha in situ"

Gozo   LUIS MIGUEL AÑÓN (CG) 29
Gozo LUIS MIGUEL AÑÓN (CG) 29

É uma realidade. França obrigará a todos os restaurantes do país a indicar que alimentos são caseiros. Esta medida procura proteger a gastronomia francesa, cuidar ao consumidor e premiar aos cocineros que verdadeiramente elaboram sua "cozinha in situ". Desta maneira, na carta de menu deve ficar claro quais são os platos industriais.

O anúncio fazer oficial a própria ministra de Comércio e Turismo, Olivia Grégorie, no passado domingo 22 de outubro, quando em declarações à Trirbune Dimanche anunciava que os mais de 175.000 restaurantes do França terão que indicar em seus menus todo plato que não seja "caseiro", um reclamo que vinham exigindo desde fazia tempo na União de Indústrias e Comércios Hoteleiros do França (UMIH), bem como múltiplos chefs e hosteleros em general.

Já existia uma etiqueta opcional

Sem esquecer-se do importante trabalho que se cuece nos fogones, a medida vem a engrandecer a esses verdadeiros 'artesãos' que o põem todo para oferecer qualidade a seus clientes. A cozinha "feita em casa", destaca a ministra de Comércio e Turismo, deve ser não só recompensada, sina destacada, razão pela qual têm dado um novo passo para impulsionar uma medida que vem a reparar o que não funcionava.

Cocina de un restaurante durante un servicio / PIXABAY
Cozinha de um restaurante durante um serviço / PIXABAY

Concretamente, no França já existia uma etiqueta de "facto em casa" desde faz uns dez anos, tal como recolhe Franceinfo, mas não só se tinha mantido como algo opcional, sina que ademais falhava pela inconcreción de sua definição, que entre outras questões permitia incluir com essa designação a produtos congelados, a excepção das batatas.

De carácter obrigatório e com multa

Agora, em seu lugar, com esta futura etiqueta chamada a indicar claramente que é industrial e daí não na carta de um menu de restaurante, o Governo recalca que será bem mais singela e de carácter obrigatório. Com esta medida, por exemplo, se a um restaurante ocorresse-se-lhe recalentar uma pizza industrial ou oferecer uma tarta de chocolate gelada terá que deixar claro no menu sua natureza. Isto é, terá que assinalar claramente ao comensal que o que se vai comer não tem sido elaborado ou cozinhado "in situ" no local.

De não cumprir com esta legislação, o vendedor será castigado com uma multa significativa, e por isso o Governo francês se compromete a elaborar controles periódicos que se assegurem de que a medida não fica só num mero propósito, sina numa acção efectiva que cumpra com os objectivos propostos.

Quando entra a medida em vigor?

Procurando contribuir mais qualidade e transparência aos consumidores, bem como revalorizar a gastronomia francesa, declarada como património inmaterial da humanidade pela Unesco em 2010, a medida entrará em vigor a princípios do ano 2025.

Un chef del restaurante de Madrid Pilar Akaneya prepara una carne / PA
Um chef de um restaurante prepara uma carne / PA

Desde agora e até então, os restaurantes terão assim um prazo para se adaptar às novas exigências, algo necessário para muitos, que terão que repensar seus menus em consequência.

Fará subir os preços?

Ante esta obligatoriedad, os experientes do sector acham que, além de redesenhar os menus, alguns restaurantes que não contam actualmente com uma multidão de produtos de elaboração caseira reduzirão o número de platos oferecidos. Ainda que preservem produtos que não sejam de criação própria, não quererão fazer ver que seu menu está essencialmente repleto e dominado por eles. Neste sentido, segundo recolhe Franceinfo, estima-se que menos de 10.000 restaurantes, de 175.000 elaboram uma cozinha 100 % "feita em casa".

Aqueles locais já vêm priorizando este tipo de cozinha, que não sofrerão grandes mudanças derivadas da nova medida. O caso será diferente para quem têm seu menu cheio de uma ampla faixa de platos rápidos industriais, processados ou já precocinados, que não só ver-se-ão mais expostos, sina que terão que valorizar se vão seguir o mesmo rumo ou, ao invés, melhorar seus produtos, adaptando tudo em consequência depois de acrescentar qualidade ao servido no plato. Neste último caso, cabe esperar que os preços também possam experimentar um incremento.

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