Quase poder-se-ia dizer que a cada mês tem sua própria fruta. Assim, abril é um bom momento para comer fresas, fresones e laranjas. Isso significa que o consumo destas duas frutas intensificar-se-á. No entanto, há algumas variedades que triunfam todo o ano. De facto, a laranja é a fruta que mais consomem os espanhóis.
No entanto, este cítrico não é o único que conquista ou apaixona aos paladares espanhóis. Os plátanos e as maçãs, outros dois clássicos, se cuelan entre as peças mais queridas. Outras, por outro lado, ficam relegadas aos últimos postos da lista como o cabo, o pomelo e a uva.
A laranja é a rainha
Segundo o Ministério de Agricultura, Pesca e Alimentação, a laranja foi a fruta mais desejada pelos espanhóis em 2020, segundo os últimos dados publicados --entre janeiro e junho--. De facto, o consumo médio desta fruta foi de 12,24 quilos por pessoa e sua produção ascendeu a mais de 540 milhões de quilos em todo o país. Por detrás se colaron os plátanos, com uma média a mais de 8 quilos por espanhol e uma produção de 350 milhões e a maçã, com um consumo de 6,45 quilos por pessoa e uns 285 milhões de quilos produzidos no primeiro semestre do ano.
Enquanto, a uva é uma das frutas menos consumidas no mercado espanhol e não supera os 0,5 quilos por pessoa. Assim mesmo, o pomelo é outro eterno esquecido, com mal oito milhões de kilogramos de produção. Ainda assim, em Espanha "vendem-se, pelo geral, todo o tipo de frutas, ainda que sempre dependerá da temporada", detalha Osvald Esteve, responsável pela sectorial de frutas doces da Coordenadora de Organizações de Agricultores e Ganadeiros (COAG). Por outro lado, este 2021, em algumas zonas de Espanha o plátano de Canárias coroou-se como o rei durante o primeiro trimestre do ano, segundo dados de Mercabarna. De facto, comercializaram-se 14,3 milhões de quilos, em frente a 9 milhões de quilos de laranjas.
O poder imortal da fruta
"No ano passado, o consumo de frutas aumentou, sobretudo, durante os primeiros meses do confinamiento", acrescenta Esteve. E pese a tudo, a produção foi suficiente para abastecer com normalidade as lojas e supermercados. Algo que não foi fácil dada a elevada demanda. Nesse tempo, venderam-se um total de 256 milhões de quilos de laranjas, plátanos e maçãs, o que supôs um incremento de quase um 40% com respeito ao 2019.
"A gente a cada vez come mais são e a fruta é essencial numa dieta equilibrada", enfatiza Esteve. Assim mesmo, este experiente da COAG assegura que se viu uma maior tendência a consumir produtos mais ecológicos, sobretudo nestes tempos pandémicos. Por isso, o consumo e a produção de frutas se identifica, graças a esse "aumento da tendência em consumir produtos ecológicos", assinala Esteve.
Os preços: uma montanha russa
Os preços das frutas mais consumidas e queridas em Espanha mudam com o passo do tempo. Há anos como em 2019 que o preço médio de um quilo de laranjas se situou nos 0.88 euros. No entanto, 12 meses depois dita cifra ascendeu até 1,10 euros. A diferença pode parecer não muito notável, mas supõe um mais 11%.
"O que ocorre é que existe uma pressão muito forte por parte das grandes correntes de distribuição", insiste Esteve sobre a flutuação dos preços. A própria guerra entre as correntes leva a certas mudanças repentinas. "São as grandes empresas as que marcam os preços e não os agricultores", remarca Esteve. Assim mesmo, assegura este experiente, os produtores recebem a cada vez menos dinheiro por suas colheitas, o que lhes obriga a produzir grandes quantidades com o fim de que, ao menos, não percam dinheiro e lhe sacar algo de rentabilidade ao trabalho realizado, ainda que ao final não seja para atirar foguetes.