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Eroski quebra as regras com melão e presunto: "É perigoso vendê-lo desta forma".

Os nutricionistas alertam sobre os riscos que implica um erro na conservação dos produtos e manter a uma temperatura diferente à adequada

Ana Carrasco González

Melão com presunto / PEXELS

Trata-se de um prato indiscutivelmente de verão, fresco e fácil. Sim, falamos do melão com presunto. No entanto, esta fantasiosa combinação de fruta e enchido, de doce e salgado, de frescura e sequedade, pode converter-se num verdadeiro perigo se não se vende da forma adequada. Mais especificamente, Eroski quebrou as normas nesta semana ao vender ambos produtos nos seus supermercados à temperatura ambiente, pondo em risco a saúde de alguns dos seus clientes, tal como alertam vários nutricionistas a este meio.

Todos os alarmes saltaram a 11 de agosto, quando o nutricionista Juan Revenga, fazendo a sua compra semanal, se apercebeu de que num estabelecimento situado em Zaragoza desta rede oferecia presunto fatiado e embalado --que não pode superar os 20 graus– fora de um frigorífico, num agosto de máximas temperaturas. E não só isso, ao lado deste produto estava a sua melhor metade, o melão cortado, também snão refrigerado, ainda que neste caso a norma o permite se está a certa temperatura e um tempo máximo de três horas.

Os perigos de vender o melão com presunto assim

"No caso do presunto fatiado, conservá-lo a temperatura ambiente, sobretudo agora durante este verão tão quente, pode provocar a proliferação de bactérias e causar problemas gastrointestinais aos clientes", explica à Consumidor Global Félix Martín García, perito em Segurança dos Alimentos.

Martín destaca que, apesaar de que todas as pessoas não reagem igual face uma possível contaminação de um produto por um inadequado armazenamento, "para uma pessoa inmunodeprimida, como pode ser um idoso ou idosa, pode ser bastante perigoso". Por isso, o profissional faz um apelo para que se faça um cumprimento do princípio de prudência para evitar possíveis doenças. "Quando chegas a casa, pões o melão ou o presunto no frigorífico para o conservar, pois num supermercado é o mesmo", remarca.

A chave está no rótulo

No rótuço, neste caso do presunto fatiado da marca Noel que viu Revenga, põe explicitamente que não se pode superar os 20 graus durante a sua conservação. Além disso, Martín explica que quando uma empresa compra um produto para a sua posterior venda há uma ficha técnica que explica como deve se manter e refrigera-se. No entanto, a Eroski parece que estas instruções têm passado por alto.

Assim mesmo, o relatório do Comité Científico de Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutrição (Aesan) conclui que, quanto à venda do melão cortado ao meio, se pode admitir, já que não representa um risco microbiológico significativo, "a temperaturas inferiores a 25 graus durante um tempo inferior a três horas num lugar suficientemente ventilado e preservado de luz solar". Mas, tal como remarca Martín, o consumidor não pode saber se a fruta esteve colocada no seu lugar "durante 20 minutos ou durante 20 horas".

A resposta de Eroski

Quando Juan Revenga viu tal exposição, assegura a este meio que se pôs em contacto com os empregados do estabelecimento para lhes explicar a falha e que reparassem o dito erro. "Disseram-me que a ordem do colocar assim vinha de acima, era a norma que marcava o chefe de zona, ainda que me deram a razão depois de ver o rótulo", declara o nutricionista. Por sua vez, a associação de redes espanholas de supermercados (Aces), à qual pertence Eroski, avisa de que se trata de uma decisão da loja e evitam pronunciar-se a respeito.

Por outro lado, Consumidor Global pôs-se em contacto com Eroski, mas ao termo desta reportagem, ainda não se tinha pronunciado a companhia ao respeito.