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Imunidade? É assim que o sumo de fruta vendido nos supermercados de Bonpreu joga até ao limite
O shake da marca Immunitat é vendido na rede como "fonte de vitamina C"; Especialistas em alimentos criticam e alertam sobre o uso desses nomes
Os nomes são um quê. E ainda mais na indústria da alimentação. Se um sumo de frutas chama-se Immunitat (Inmunidade em português), o consumidor de froma automática considera que "irá fornecer um super-sistema imunitário", brinca Juan Revenga, nutricionista e comunicador científico. No entanto, como lembram os peritos, chegar a este ansiado estado só é possível com uma correta alimentação e agum desporto. Não com um simples sumo.
Em tempos de pandemia e Covid, falar de inmunidade representa, além disso, uma compra segura. Por isso, muitas empresas jogam no limite para apanhar o consumidor. Mas na Europa este tipo de estratégias são penalizadas por Lei. No entanto, apesar a que o sumo se chama Inmunidad, não viola nenhum regulamento espanhol. Mas, engana de alguma forma o consumidor?
Immunitat, o sumo de frutas com Vitamina C
O sumo Immunitat vende-se nos supermercados Bonpreu, uma rede de alimentação catalã propriedade do empresário Joan Font. A garrafa de apenas 60 mililitros custa 1 euro. E conta com um packaging muito minimalista. Tem um rótuçp de cor laranja e em letras brancas assinala-se, de forma, muito clara, o nome e a sua principal afirmação. Todo isto unido à frase "fonte de vitamina C" e os ingredientes que leva: maçã, limão, gengibre e acerola.
"Tristemente, é legal", comenta sobre este produto o nutricionista Revenga. Enquanto, Beatriz Robles, tecnóloga alimentar e divulgadora científica, enfatiza que chamá-lo Inmunidad "é uma declaração de propriedades saudáveis". E é legal, lembra esta especialista, "porque alega que contém vitamina C para fazer uso do nome".
O que diz o Regulamento Europeu
Segundo o Regulamento Europeu 432/2012 a vitamina C "contribui para o funcionamento normal do sistema imunitário". No entanto, o mesmo regulamento detalha que "esta declaração só pode ser utilizada com respeito a alimentos que contribuam com 200 miligramos diários desta vitamina".
"Neste caso, a bebida tem 7,5% de vitamina C, cumpre com o Regulamento e pode fazer uso desta declaração", diz Robles. Mas Revenga critica que "nomes assim jogam com a mente do consumidor e que ninguém, no seu perfeito juízo, vai colocar o cancro num sumo porque não há nenhum que o cause, da mesma forma que não há nenhum sumo que conceda inmunidad". Entretanto, Bonpreu e Juicius, a empresa que o comercializa, preferem permanecer em silêncio.
Outros exemplos semelhantes no mercado
Revenga lembra, no entanto, que o sumo vendido pela Bonpreu não é um caso isolado, infelizmente. "Há umas fatias de presunto cozido da marca Campofrío que se chamam Cuida-T ", explica.
Este perito afirma que estes jogos de palavras que as marcas utilizam "fazem com que o consumidor preencha as lacunas", como num enigma. "Eles só afirmam uma parte, mas quando vais ao supermercado na tua mente completas a frase inteira". Por isso, Revenga castiga este tipo de estratégias comerciais. "Confundem a mente do consumidor e interferem na sua decisão de compra", conclui.
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