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É assim que o Burger King o leva a encomendar os hambúrgueres mais caros.
A rede de comida rápida utiliza uma fórmula peculiar para fazer com que os seus clientes optem por pratos e menus de preços elevados
Não o procurem. Não está lá. Não desperdice energia a percorrer as páginas do ecrã com o dedo enquanto a sua boca está a salivar. Nem o hambúrguer básico nem o clássico cheeseburger, entre outros dos mais simples e económicos, aparecem nos ecrãs de autopedido de alguns Burger King espanhóis. Ter-se-lhes-ão acabado ou trata-se de uma estratégia para enganar o consumidor e fazer que peça os hambúrgueres mais caros?
Porque não aparecem nos painéis o básico, ocheeseburger, nem os seus correspondentes menus? "Ah, pois não o sabia", responde um funcionário do Burger King do aeroporto de Ibiza. "Não o temos no painel, mas podes pedi-lo sem problema no balcão", contesta, à mesma pergunta, um empregado do estabelecimento da rede de comida rápida na zona de saídas do aeroporto Adolfo Suárez Madri-Baralhas.
Burger King cortando à la carte
Se não aparecem nos ecrãs "é porque não é o produto que querem que compres", expõe a professora de marketing da Universidade CEU San Pablo, Arancha Mielgo, que explica que a última vez que foi a um Burger King teve que pôr os óculos --o tamanho das letras é diminuto-- para ver a listagem de preços, junto ao balcão, onde aí figuram o hambúrguer básico e o cheeseburger. Uma listagem que tem que estar aí "por razões legislativas", acrescenta a especialista.
Tal como se aprecia no vídeo acima, nas primeiras páginas do quisque digital onde se faz o pedido aparecem hambúrgueres que custam entre 9 e 12 euros, ou o que é o mesmo, algumas das opções mais caras da carta. "Dão visibilidade ao produto mais caro e escondem os que menos lhes interessa vender", resume a professora de Economia e Empresa da Universitat Oberta de Cataluña (UOC), Neus Soler, que afirma que se trata de uma estratégia de marketing muito utilizada.
Uma estratégia para subir a fatura média
Os restaurantes que instalaram o autopedido fizeram com que a conta subisse, em media, até 35%, segundo as métricas da Readyme. Mas parece que isto não é suficiente para a Burger King.
Ao esconder o básico e o que leva queijo, o cliente que realmente queira estes hambúrgueres e conheça o funcionamento da empresa aproximar-se-á a pedir ao balcão, "mas serão os menos, porque a maioria de consumidores fica no ecrã", expõe a este meio o consultor especialista em franquias da QSR Consultant, Thierry Rousset. "É uma forma de orientar a venda e conseguir uma fatura média mais alta", resume. Ao perguntar por todos estes assuntos \á Burger King, a Consumidor Global não recebeu resposta.
Nem ofertas nem promoções
"Não têm toda a gama de produtos de outros BK e também não têm ofertas", aponta no Tripadvisor Omar B., referindo-se ao Burger King do Aeroporto Adolfo Suárez Madrid-Baralhas. "Não te aceitam as promoções da marca e os menus são mais caros", concorda Octavio M. na mesma página.
"Os Burgers dos aeroportos de Madrid e Barcelona, por exemplo, estão isentos de ofertas e promoções", aponta um empregado de um estabelecimento da rede de comida rápida em Baralhas.
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