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Comemos por 17 euros o frango frito da Wingstop, a marca que quer competir com a KFC

As asas e concursos desta empresa americana querem seduzir o consumidor com o seu sabor, embora tenham um rótulo de preço elevado.

Juan Manuel Del Olmo

Um cozinheiro prepara asas de frango Wingstop / WINGSTOP

O frango atrai multidões. É talvez um dos alimentos mais versáteis que existem, e pode funcionar tanto para receitas saudáveis, como assado ou panado. Neste segundo sentido, a rede de referência de frango frito em Espanha é a KFC, ainda que nos últimos tempos tenham chegado outros competidores para apresentar uma batalha crocante. À rede de fast food filipina Jollibee, ao ambicioso plano de expansão da Popeye's e ao boom do frango frito coreano, soma-se agora a Wingstop, uma marca norte-americano que quer seduzir os comensais, não pelo preço nem pela moda, mas sim pelo seu efeito sobre os paladares.

A Consumidor Global provou duas opções desta empresa que aterrou em Madrid (por enquanto, só com serviço de delivery) e perguntámos a especialistas como desfrutar de um bom frango.

Wingstop: asas a 1 euro a peça com um salteado à mão

O packaging do produto é simples: chega num saco de cartão regular com o lema "Where flavor gets its wings" (Onde o sabor ganha suas asas). A tipografía, aliás, é muito semelhante à da Burger King. Uma vez aberta, vemos o pedido: optámos por 8 asas (9,99 euros, a mais de 1 euro a peça) e 3 tenders (6,99 euros), isto é, palitos de frango panado. O preço final é de 16,98 euros por 11 peças. Se se compara com a Kentucky Fried Chicken (KCF), resulta algo caro: nesta segunda rede pode-se pedir um balde de 12 asas picantes por 10 euros. Claro, na KFC manda o panado, que cobre totalmente o produto e pode resultar pouco avassalador.

O saco no qual a companhia americana envia os seus produtos / CG

Perguntámos à Wingstop o que é o que a distingue de outras marcas. E a empresa americana orgulha-se do seu "posicionamento único à volta do sabor". Tal como expõem, oferecem "10 sabores característicos, audazes e distintivos. Vão desde opções super picantes como Atomic, até variantes doces como Hawaiian e sabores icónicos e apetecíveis como Lemon Pepper. Temos um compromisso de 'cozinhar sob encomenda' e o nosso processo de salteado e salteado à mão distingue-nos de todas as outras opções", expõe.

O cliente seleciona o panado

A carne da Wingstop vem numas embalagens de cartão. Nos mesmos aparecem uns pequenos adesivos que indicam o sabor que se escolheu previamente para temperá-los. Aqui surge-nos uma pergunta: "Não tínhamos pedido molhos?" Este detalhe é importantíssimo: na hora de fazer o pedido, o cliente não pede uns molhos cremosos nos quais banhar a carne, mas sim o molho com o qual as asas serão cozidas.

Podem-se selecionar dois: no nosso caso, limão e pimenta (refrescante, apetecível e conseguida, mas simples afinal de contas), e alho e parmesão (ainda que o queijo seja praticamente insignificante). Pelo contrário, para os tenders optámos pelo cajún. Ainda assim, o facto de que não venha de forma gratuita um molho com o qual possamos molhar os dedos é um pouco decepcionante.

A embalagem com as asas / CG

Uma preparação algo 'caseira'

A carne das asas é suculenta, não é uma massa nem um bloco amarelado, mas também não é um alimento extraordinário. De facto, lembra uma preparação caseira, com o bom e com o mau. Perguntámos a Pablo Cabezali, um influencer e crítico que está à frente do canal de YouTube Cenando com Pablo, onde acumula 380.000 subscritores. Cabezali, com muita experiência em cozinha americana, assinala que, sob o seu ponto de vista, as asas ideais "são as que se preparam a baixa temperatura, o que consegue que a carne fique terna, que quase se desfaça". A cor da mesma deve ser "clara, com tons rosáceos". E, no caso das Wingstop, os dentes dificilmente precisam se movimentar.

Cabezali também prioriza que tenha boa percentagem de carne. "Muitas vezes encontras asas nas quais a parte útil, a que não é osso, é minúscula", diz. As da Wingstop não têm demasiado osso, mas o tamanho, equivalente ao dedo mindinho de um adulto, pode ser pequeno para o seu preço. São saborosas, mas não são uma revolução. De algum modo, a sensação é que a Wingstop será apetecível, sobretudo, para os autênticos frikis do frango frito.

Aspecto da asa da Wingstop / CG

Frango com pele

Pelo contrário, Dryan Eats, outro comilão que soma 91.000 seguidores no seu canal, relata que o segredo de uma boa asa de frango "está sobretudo na marinada". Há completamente maltratadas, mas, "pessoalmente, prefiro as que são marinadas com uma capita fina. A carne do frango tende a ficar seca com facilidade", afirma. Este ponto joga no contraciclo das redes de delivery, e é justo reconhecer que a da Wingstop não possui esse problema.

"Prefiro manter a pele. Ainda que seja um extra de gordura adicional, garante uma textura estaladiça. Para apresentá-las, optaria por um pouco de cebollinho cortado e sésamo negro", relata Dryan. As da Wingstop também vêm com pele, mas não apostam por apresentações tão frescas.

Os 'tenders' com cajún / CG

Cajún forte, mas de qualidade

"A nível de franquias, a asa é um produto popular como entrada, mas algumas marcas como a TGB dão-lhes um toque interessante. Mas a prção de asas desfruta-se mais em estabelecimentos casual dinner. Pagas mais e às vezes o fornecedor é o mesmo, mas apresentam-tas lacadas e condimentadas depois da fritura. E isso se nota!", expressa Dryan Eats. Afinal de contas, o frango não é uma carne que destaque de seu sabor, de modo que a partida está no condimento. Também parece justo apontar que, talvez, de ter seleccionado outro sabor como Hawaiian, a experiência teria sido completamente diferente com a Wingstop.

Pelo contrário, os tenders da companhia possuem o contraste idóneo para estes casos: muito estaladiços no exterior e ternos no interior. A sua cor, vermelho intenso, já antecipava que íamos precisar de muita água. O cajún da Wingstop é um condimento muito picante, de um picor prolongado, mas conseguido, seco, sem retrogostos desagradáveis e que não produz ardor de estômago.

O logo da marca / WINGSTOP

Cozinhas fantasma

Os produtos da marca cozinham-se em quatro cozinhas fantasma de Madried, tal como reconhece a companhia. "Já lançámos em Salamanca e Centro-Imperial. Abriremos nas Lalass Tab a 4 de abril e a quarta cozinha no início do verão. Isto dar-nos-á uma forte cobertura em Madrid", explicam do grupo.

Além disso, a empresa admite que vê "grande potencial" no mercado espanhol. O seu público-alvo é o jovem entre os 16 e os 30 anos. "Achamos que temos uma oferta única que trazer a Espanha que actualmente não existe. Oferecemos um conceito premium casual e rápido que se diferencia pelo sabor. Temos visto uma grande resposta noutros mercados europeus, como o do Reino Unido", afirmam. Além disso, reconhecem que em Espanha procuram ativamente "um sócio para liderar no osso crescimento físico". Definitivamente, a Wingstop cautivará os comenais se os seus sazonados cautivam.