"A partir de hoje somos um pouco mais venezuelanos". Assim dá as boas-vindas nas redes sociais a Burger King a um novo aperitivo no seu menu. A rede de restaurantes de comida rápida acaba de incorporar o tequeño venezuelano, um prato típico do país sul-americano que consiste numa massa de milho frita com queijo recheado e mozzarella que se pode combinar com diferentes molhos. Muitos clientes já provaram o produto e o veredicto geral é claro: são caros e têm pouco sabor.
A chegada do tequeño à Burger King responde ao contexto cultural que vive Espanha, já que é um país com uma das comunidades maiores de cidadãos venezuelanos. Mais especificamente, uns 406.000 habitantes provêm do país latino-americano. Isto motivou a expansão da sua gastronomia com os tequeños congelados que chegaram aos supermercados e que agora a Burger King incluiu na sua carta.
Um aperitivo venezuelano
Estes palitos de queijo podem-se pedir em packs de três unidades (3,25 euros) ou de seis (5,98 euros) e vêm acompanhados por um molho especial de maracujá. A Consumidor Global provou o produto num local localizado na rua Bravo Murillo de Madrid, junto à Praça Castilla. Ao degustar-los, sente-se falta de um pouco mais de sabor, pois o queijo quase não está presente. A massa de milho frita, pelo contrário, sim que se saboreia bem. O molho de maracujá que acompanha a entrada choca, pois "jamais se costumam acompanhar com um molho assim", conta à Consumidor Global Ángel López, um venezuelano residente em Madrid que provou os tequeños da Burger King.
"Eu não os pediria, não me chamam muito a atenção", comenta Sofía M., uma cliente que está em frente ao ecrã de pedidos, enquanto a sua amiga acrescenta que "são muito caros". Víctor Martínez, outro utilizador que acaba de recolher o seu hamburgúer, explica que não provou ainda os tequeños da Burger King, mas "sim que conhecia o produto". "Levam poucos dias e estão a pedir-se bastante, as pessoas gostam", diz Rebeca G., trabalhadora do local.
"Não têm sabor"
O Twitter, que também se fez eco da chegada do novo aperitivo da Burger King, recolhe muitos comentários sobre este produto típico da gastronomia venezuelana. "A Burger King Espanha vende tequeños, a colonização foi concluída", escreve com humor o utilizador Leo Amescia sobre a expansão deste prato. A rede do pássaro azul também se encheu das primeiras reacções dos comensais que passaram por algum espaço da Burger King a provar e a maioria de opiniões são negativas. "O queijo está muito derretido, não têm sabor e não gosto nada da massa folhada", diz Nelson M, que também aproveitou para criticar o molho de maracujá. "É horrível, não combina com isto, muito melhor um tártaro", sugere.
Para Elia N., é um produto caro e com uma massa "muito má". "Assim não são os tequeños venezuelanos", remarca. Outros twittes como Norman D. escrevem que são "uma maravilha", enquanto Diego Andrés lhe põe até nota, um 5 sobre 10. "Não são maus, mas não voltá-los-ia a pedir tendo os do Mercadona. O molho de maracujá sim que não o recomendo a ninguém", sublinha.
Mais um ultraprocessado
No que não há nenhum debate é no pouco saudável que é um tequeño. "Dá igual que se faça frito ou no forno, nunca vai ser um produto saudável e é altamente calórico", indica à Consumidor Global Mario Sánchez, tecnólogo alimentar. Susana Rodríguez, nutricionista do Nutriciona Group, concorda com Sánchez e diz que "não contribuem nada a nível nutricional, ainda que também não se pode demonizar".
Rodríguez refere-se a que os tequeños não são nada recomendados para o consumo habitual, mas "se te encantam, não significa que num momento pontual comas alguns e não se passa nada, desde que o resto da alimentação da tua semana seja saudável". Definitivamente, a gastronomia latina parece expandir-se cada vez mais, mas terá que observar se realmente este prato realmente se adapta ao público e aos clientes do Burger King.