Qual é o impacto das diferentes redes sociais nos hábitos alimentares dos adolescentes? influencia o consumo do Instagram e TikTok no aumento da obesidade entre os jovens? O último estudo da Fundação Triptolemos parte desta premisa, e as conclusões, expostas pelos seus investigadores no âmbito da feira Alimentária 2022, são alarmantes.
O impacto das redes sociais nos hábitos alimentares dos adolescentes é negativo, conclui o relatório, que também mostra que existe uma faixa de idade --entre 10 e 23 anos-- que, na hora de definir os seus hábitos alimentares, toma como referência os influencers, os que outorgam uma maior credibilidade que as evidência científicas.
A alimentação entra pelo Instagram e TikTok
A alimentação não só entra pela boca, também entra pelos olhos, e os olhos dos adolescentes estão muito pendentes do telemóvel, que é uma das suas principais janelas de acesso à realidade. No Instagram, YouTube e TikTok, "os influencers, que podem não ter uma formação em matéria nutricional, têm um impacto notável nos hábitos alimentares dos adolescentes, e não é positivo", alerta o professor e pesquisador da Universidade do País Basco, Íñigo Marauri.
Além disso, segundo este especialista, os adolescentes tendem a partilhar e promover mais os "alimentos pouco saudáveis" que os produtos naturais e frescos. Por este motivo, os especialistas concordam em que é necessária uma maior regulação na hora de anunciar este tipo de alimentos nas redes sociais.
A obesidade: o grande problema do século XXI
Entre 2005 e 2020, a percentagem de obesos em Espanha passou de 16 a 20% da população (cerca de 9 milhões de pessoas). "Se não mudamos esta tendência, em 2093 50% da população adulta espanhola será obesa", alerta o engenheiro e catedrático da Universitat Politècnica de Cataluña (UPC), Eusebi Jarauta.
"Também não há que demonizar um produto mais especificamente, mas sim promover e educar a nossos jovens para que sigam uma dieta baseada em alimentos saudáveis", aponta o presidente da Fundação Triptolemos, José Pío Beltrán, que insiste que as redes sociais "pioram" os hábitos alimentares dos adolescentes.