Uma maçã vermelha e brilhante num supermercado. Um alimento singelo e saudável que, sem o saber, pode estar coberto de borracha shellac, uma substância extraída das deposiciones de um verme do sudeste asiático. Ou bem uma colorida gelatina, um ingrediente clássico em muitas receitas originario do cartílago e ossos eliminados de diferentes animais.
Os aditivos alimentares ajudam a controlar aspectos ou características da cada produto, como seu aroma, conservação e textura. Em nenhum caso são perjudiciales por si sozinhos, já que estão regulados para ser introduzidos em pequenas quantidades após ter sido declarados pela Autoridade Européia de Segurança Alimentar (EFSA). Agora bem, conhecer a origem de muitos deles poderia causar rejeição entre os consumidores, em especial, os veganos, que abogan por uma alimentação afastada dos produtos animais.
Evitar os alimentos processados
A grande maioria de aditivos provem/provêm de sínteses em laboratórios, com uma origem inorgânica ou vegetal, mas outros tantos são derivados de insectos e animais. Sem ir mais longe, o colorante E-120, conhecido como "carmín", é utilizado para contribuir um tom rojizo a molhos, mermeladas e cosméticos. Em realidade, não é mais que o corpo cocido e triturado de um insecto mexicano, a cochinilla do nopal. "Aqueles que seguem uma dieta vegana devem saber comprar melhor, poder gastar mais dinheiro e cozinhar bem mais, isto é, dedicar um maior tempo a seleccionar que se compra e um maior esforço para se informar e adquirir produtos naturais", explica a nutricionista Sonia González, proprietária de clínicas em Tarragona e Reus.
Apesar da enorme presença que têm estes compostos nos alimentos para garantir suas condições óptimas de consumo, sempre existe a opção de se afastar deles com alternativas ecológicas. "Há que comer comida para valer, evitando os produtos processados, os quais são os que mais aditivos levam com diferença. Há hamburguesas veganas que por muito veggie que sejam seguem sendo comida ultraprocesada, de modo que quanto à saúde, não se diferencia muito de outro alimento cheio de conservantes", enfatiza a dietista.
Etiquetas veganas
Neste âmbito destaca a etiqueta V-label, uma iniciativa da European Vegetarian Union (EVU) e a União Vegetariana Espanhola (UVE). "Ante a dúvida, uma pessoa vegana deveria confiar só nas compras com o selo V-label que assegura que nenhum ingrediente é de origem cárnico ou lacticínio", explica a nutricionista especializada em veganismo, Patricia Ortega desde sua consulta em Barcelona.
"No plano moral, a cada pessoa deve pôr seus limites de consumo segundo sua informação e possibilidades. Agora bem, se o que se procura é se afastar dos aditivos, uma dieta pode ser viável só com fruta, verdura, frutos secos, legumes e cereais integrais, ingredientes que não têm porquê levar nenhum químico acrescentado", assinala a experiente.
Tendência a evitar os ingredientes de origem animal
Apesar desta preocupação pelos químicos acrescentados aos alimentos e sua procedência, durante os últimos anos a União Européia tem eliminado vários componentes de provenientes de animais . "De forma generalizada trabalha-se com materiais vegetais para sintetizar os aditivos que usamos na comida", raciocina María do Mar Sánchez, responsável por I+D em EPSA, empresa valenciana que fabrica e distribui aditivos para toda Espanha.
Alguns se eliminaram por seu efeito em longo prazo e outros para aplicar processos mais económicos, mas em nenhum caso tem sido por sua consideração de aditivos de procedência animal. "Constatou-se que vegetais como o coco, a palma e, sobretudo, o milho, eram mais efectivos que muitas gorduras animais. Em qualquer caso, não acho que tenha muito sentido criticar aditivos por sua origem, já que se comprovou que são saudáveis vingam de onde vingam e mais necessários que nunca, num momento no que o consumo da gente tende fazia a comida preparada", sublinha Sánchez.
Os aditivos actuais
Alguns dos aditivos de procedência animal que continuam no mercado se encontram sobretudo nas ceras e borrachas. Para além da borracha de shellac, também se encontra a típica cera de abeja que envolve algumas frutas e verduras. Este aditivo, conhecido como E-901 se extrai das paredes dos painéis. Outro composto para ter em conta é a lisozoma, E-1105, uma enzima que elimina bactérias dos alimentos. Esta prove/provem da clara de ovo, ainda que em Espanha só se permite em queijos e em vinhos.
Sem dúvida, um dos componentes com mais preconceitos se trata da gelatina. Conquanto já não é considerado como uma aditiva sina um ingrediente, o uso de desfeitos vos ouse de animais fundidos com ácido clorhídrico a pôs no ponto de olha dos colectivos animalistas, em especial desde que se sabe que já não só pode ser um ingrediente, sina que faz parte do processo de fabricação de bebidas alcohólicas, pelo que nem sequer aparece na etiqueta.
Questão de ética
Agora bem, para esta redução no uso destes aditivos também existem respostas alternativas. "Acho que isto tem mais que ver com não perder a clientes potenciais como judeus e muçulmanos, que só podem consumir produtos animais que sejam kosher ou halal respectivamente", assinala Francisco Vázquez, fundador e presidente da ONG Anima Naturalis Internacional, plataforma de difusão do veganismo.
O activista considera que os veganos não devem pôr o acento em evitar a toda a costa os produtos que contenham aditivos ou emulgentes de origem animal. "Acho que como vegano não se deve cair na armadilha de pensar na dieta como uma rotina de 'pureza', sina como uma forma de evitar o sofrimento dos animais. A luta deve estar na contramão das grandes indústrias lácteas e cárnicas, não tanto em se alimentar só através produtos com o selo vegano. Não é que não me importe comer estes aditivos, de facto os evito, mas tenho claro onde quero pôr o foco", conclui.