A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem denunciado num relatório as técnicas de marketing da indústria do leite de fórmula para "influir nas decisões que tomam as novas famílias sobre como alimentar a seus bebés". Para a redacção do relatório, a OMS analisou 4 milhões de mensagens em redes sociais sobre alimentação infantil.
A conclusão do organismo é que o "marketing omnipresente" destas empresas consegue aumentar as compras de sucedáneos do leite materna e, por tanto, disuade "às mães da lactancia materna exclusiva". A OMS tem feito um apelo à indústria de alimentos infantis para que "ponha fim à comercialização de leite de fórmula explotadora", e também pede aos governos que adaptem suas leis.
A OMS recomenda a lactancia materna exclusiva
Neste sentido, apontam que apesar das "claras provas" de que a lactancia materna exclusiva e continuada é um factor finque para melhorar a saúde dos meninos e as mulheres, o número de meninos que são amamantados como se recomenda é escasso.
O organismo adverte de que as empresas de leite maternizada "podem comprar ou recopilar informação pessoal e enviar promoções personalizadas às novas grávidas e mães", através de aplicativos, grupos de apoio virtuais ou "clubes de bebés", pagamentos a 'influencers' em redes sociais, promoções e serviços de assessoramento.
As empresas bombardeiam as redes
As empresas de leite maternizada publicam contidos em suas contas de redes sociais umas 90 vezes ao dia, chegando a 229 milhões de utentes; o que representa mais três vezes pessoas que as que atingem as publicações informativas sobre lactancia materna de contas não comerciais. "A promoção das fórmulas lácteas comerciais deveria ter terminado faz décadas", lamenta o director do departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, Francesco Branca.
Ademais, recordam que a proliferación da comercialização digital do leite de fórmula "incumpre flagrantemente o Código Internacional de Comercialização de Sucedáneos do Leite Materna que foi adoptado pela Assembleia Mundial da Saúde de 1981".