"Hubside = fraude", "Fraude" ou "São uns autênticos golpistas" são só algumas das várias queixas que os internautas dedicam, em fóruns e redes sociais, à empresa de produtos multimédia e serviços digitais Hubside. A sua intenção é a de evitar que mais consumidores "caiam nesta fraude", expõe a este meio A. Rodríguez, uma afetada que contratou uma oferta na loja que tem a marca na Diagonal Mar (Barcelona), e que, nas suas palavras, está a viver um calvário: "se não revês a tua conta, tiram-te 1.000 euros sem que repares".
Que é a Hubside e de onde ven? Esta empresa faz parte do grupo francês Indexia (antiga SFAM), uma sociedade especializada em seguros para telemóveis que em 2019 foi multada com 10 milhões de euros em França por práticas enganosas. Este grupo expandiu-se por Espanha, abrindo lojas nos principais shoppings de Madrid, Barcelona, Zaragoza, Granada e Vigo, entre outras cidades, e sua forma de atrair novos clientes não agrada a todos.
O 'modus operandi' da Hubside
O pesadelo de A. Rodríguez começou uma tarde de dezembro. Estava a fazer compras na Diagonal Mar quando um comercial da Hubside.store lhe ofereceu uma bateria portátil de presente. "Sentou-me na loja e esteve meia hora a falar dos fantásticos seguros e alugueres da Hubside. Não sabia como sair. Ele fazia muito bem o seu trabalho e disse-me: 'experimenta-o, subscreve, que não perdes nada. Desfrutas de todas estas vantagens por um mês, e se não quiseres, ligas, e cancelas e não te é cobrado nada", relata a afetada.
Antes de finalizar os 30 dias de teste gratuito, Rodríguez afirma que ligou para se desvincular e que não lhe atendiam o telefone. "Tive que estar três dias a ligar a quatro marcas diferentes quando na loja tfacilitam muitíssimo e como se tudo fizesse parte da Hubside. Nesse momento senti-me defraudada". Quando finalmente conseguiu contactar com a empresa, "dissera-me que tudo bem, que não cme seria cobrado nada", acrescenta.
"Um erro informático"
Entre 21 e 28 de dezembro, ainda dentro do primeiro mês e em teoria com a baixa processada, a Hubside, SFAM, Carte Fidelite e Pass Location retiraram um total de 194,9 euros da conta de Rodríguez. De forma imediata, a afetada afirma que se pôs em contacto com a empresa. Disseram-lhe que nenhuma cobrança adicional seria aplicada, que lhe iriam devolver o dinheiro, que emitiriam uma ordem de devolução, e que se se lhe tinham aplicado alguma cobrança durante o mês gratuito se devia a um "erro informático".
"Pois se não te dás conta do erro informático e não verificas as despesas do teu cartão, tiram-te 1.000 euros sem que percebas", queixa-se Rodríguez. "Tiraram-me 300 euros e quase não me dou conta porque nunca olho as transferências", expõe Erika num tópico do Twitter chamado "a fraude que está na moda na Hubside".
Um calvário de longa duração
Rodríguez explica que teve que ligar ao seu banco uma e outra vez para que cancelassem os pagamentos da Hubside e das outras empresas associadas. A entidade bancária cancelou-os e devolveu-lhe o dinheiro, mas as cobranças na conta continuam a chegar inclusive até hoje.
"Passaram dois meses e hoje a 18 de fevereiro tenho ligar para o banco para cancelar uma nova cobrança da Pass Location. É um suplicio", lamenta esta vítima.
Desvinvular-se: um beco sem saída
Ana Esteban também se pôs em contacto com a Consumidor Global para denunciar as "artes" que manuseia Hubside na sua loja de Granada na hora de desvincular os seus clientes durante o mês de teste gratuito. "Liguei antes do prazo para cancelar o serviço e fui prejudicado", explica Esteban.
"Disseram-me que o serviço Plus era gratuito durante um ano por ser uma das primeiras clientes da loja", acrescenta. Uns dias depois, quando chegou a primeira cobrança de 24,99 euros, voltou a ligar e disseram-lhe que não era grátis. Sentiu-se "enganada" e "chateada" e ligou "até 10 vezes mais para desvincular-se de forma definitiva", explica Esteban, que afirma que o sentimento de engano que lhe ficou foi "horrível" e que a partir de agora não voltará a confiar em nenhum serviço deste tipo.
A postura da empresa
Da Hubside apontam que a sua taxa de reclamações, por loja e vendedor, está por abaixo de 1%. Ao mesmo tempo, afirmam que oferecem "30 dias para descobrir os seus serviços e testá-los" e que o cliente pode cancelar o contrato por telefone, por email ou por escrito.
Insistem que os seus processos de venda "estão rigorosamente supervisionados" e que têm equipas que "controlam e garantem a qualidade do serviço e o assessoramento prestado nas nossas lojas". No entanto, alguns ex-clientes, pouco satisfeitos, discordam.