"Don't buy", assim é o quão forte é a posição da maior associação de consumidores do Reino Unido em relação aos cremes solares Ambre Solaire Clear Protect Spray SPF30 da Garnier, do grupo L'Oréal, e Kids Protect & Care SPF50+ Spray para crianças da Nivea, do grupo Beiersdorf. É que nenhuma delas passou os seus teste de proteção.
Por isso, os consumidores britânicos estão informados e alertados sobre as "deficiências" destes produtos cosméticos. O problema agora é que ditos protetores solares, que não passaram a prova de UVA (Garnier) nem a de protecção SPF (Nivea), também se vendem em Espanha.
Investigação em curso
A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários (Aemps) afirmou à Consumidor Global que pôs-se em contacto com a Nivea e a Garnier para "comprovar se os produtos e os lotes afectados foram colocados à venda no mercado espanhol". Algo que a Nivea desmente: "O dito produto não está no sortido de produtos comercializados em Espanha".
Se os produtos cosméticos da Nivea e Garnier forem novamente verificados como tendo alguma deficiência, como foi revelado pela associação britânica Which, e se for confirmado que se comercializam em Espanha , "iniciar-se-á uma investigação e tomar-se-ão as medidas que sejam necessárias", asseguram da agência estatal adscrita ao Ministério da Saúde.
"Fabricam o mesmo produto em todos os países"
Enquanto a Nivea nega que o seu protetor solar para crianças SPF50+ spray --o que não tem passou os teste de proteção no Reino Unido-- seja o mesmo que se vende em Espanha, a Garnier, do grupo L'Oréal, nem confirma nem desmente que o seu creme solar --Ambre Solaire Clear Protect Spray SPF30, que não tem passou a prova de UVA no Reino Unido-- seja o mesmo que se pode encontrar nos supermercados de Espanha.
No entanto, a afirmação da Nivea não coincide com o que afirmam fontes do setor. "As multinacionais fabricam o mesmo produto em todos os países", expõe à Consumidor Global Mar Jal i Mora, diretora técnica e responsável por I + D no laboratório cosmético Magriña. "Em princípio os filtros que utilizam são os mesmos. Duvido que a Nivea fabrique de forma diferente em Inglaterra que em Espanha. Outra coisa é que para as Caraíbas se fabrique outro produto", acrescenta Jal.
Efeitos não desejados
Em qualquer caso, a Aemps assegura que está a levar a cabo atuações proactivas de controle de protetores solares para poder garantir a sua qualidade e segurança. Além disso, através do Sistema Espanhol de Cosmetovigilancia, "recolhem-se, avaliam e faz-se um rastreamento dos efeitos não desejados observados como consequência do uso normal dos protectores solares", apontam da a agência estatal adscrita ao Ministério de Saúde.
Convém lembrar que todos os cidadãos podem notificar estes efeitos não desejados. Na verdade, a partir destas notificações inicia-se o trabalho de investigação da Aemps, que pode resultar em medidas que vão desde exigir uma maior informação no rótulo para evitar riscos até a retirada e recuperação de lotes de todo o produto e impedir a fabricação ou importação.