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O patogénico que estaria por trás dos casos de hepatitis aguda em meninos de origem desconhecida

A maioria de infecções em menores tem em comum este patogénico e os contágios podem dar-se através do ar ou pelo água e mediante contaminação fecal-oral

Consumidor Global

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Continua a investigação sobre os casos de hepatitis infantil de origem desconhecida que se detectaram já em 12 países. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, até o momento confirmaram-se 169 casos, todos no hemisfério norte.

Reino Unido, o primeiro país que deu a voz de alarme no passado dia 5, contabiliza até a data 114 casos; seguem-lhe Espanha, com 13 (8 confirmados e 5 possíveis); Israel, com 12; Estados Unidos, com 9; Dinamarca com 6; Irlanda, que tem reportado menos de 5; Holanda, com 4; Itália, também com 4; Noruega e França com 2 respectivamente e, Romênia e Bélgica com sendos casos. Ainda que as autoridades sanitárias seguem tratando de averiguar as origens destas hepatitis que têm provocado uma morte e têm feito necessário o transplante de hígado de 17 afectados (o 10% dos casos), ainda são poucas as certezas sobre as possíveis causas e os mecanismos da doença.

A possível causa

Segundo os dados apresentados no Congresso da Sociedade Européia de Microbiología Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID), um dos principais suspeitos é o adenovirus F41. Conquanto, "pelo momento todas as hipóteses permanecem abertas", tal e como tem assinalado no encontro Aikaterini Mougkou, pesquisadora do Centro Europeu para o Controle de Doenças (ECDC).

Em 74 dos casos detectou-se uma infecção por adenovirus e em 18 deles se pôde identificar o subtipo F41. Os adenovirus são patogénicos muito comuns em humanos e podem causar diferentes tipos de infecções em vias respiratórias, olhos, intestino, hígado, tracto urinario ou adenoides. Mais especificamente, os serotipos 40/41 da espécie F de adenovirus associam-se com casos de gastroenteritis pediátrica. Estes quadros podem ser graves e requerer hospitalização, sobretudo em menores de dois anos.

Várias pessoas esperam numa sala de um hospital / EP

A vacina do Covid não é a causa

No citado congresso, Meera Chand, directora de infecções clínicas e emergentes da Agência de Segurança Sanitária de Reino Unido, apontou que no país se observou também um incremento significativo na circulação de adenovirus nas últimas semanas. O incremento contrasta com a baixa transmissão detectada previamente, durante os meses mais álgidos da pandemia.

Nesse sentido, ainda que não se descarta o envolvimento de outros factores tóxicos ou ambientais, se está a pesquisar que as hepatitis estejam relacionadas com uma maior susceptibilidade à exposição a adenovirus. Em 19 dos pacientes detectou-se coinfección por adenovirus e SARS-CoV-2. As autoridades sanitárias descartam por completo qualquer relação com a vacina em frente ao Covid-19, já que a grande maioria dos afectados não tinha sido vacunado.