Para entender as origens de Simorra há que se remontar até 1978. Foi então quando Javier Simorra decidiu apostar por prendas tão elegantes como detallistas. Uma esencia que ainda perdura na marca catalã.
Mostra disso é a colecção cápsula que apresenta a assinatura na 080. Nestes desenhos convergem arte, moda e artesanato. Actualmente, a companhia está capitaneada por Victoria Mitjans (directora de desenho) e Eva Dimas (directora de marca), quem atendem a Consumidor Global nas horas prévias ao desfile.
The Art of Braiding, uma colecção inspirada no trenzado
No camerino de Simorra respira-se aparente tranquilidade. Todos os looks estão perfeitamente ordenados e já têm atribuídos seus modelos. A templanza de Victoria e Eva faz que pareça fácil organizar um desfile na semana da moda catalã. No entanto, ambas directivas reconhecem que há certos nervos próprios das vontades de apresentar seu último trabalho: The Art of Braiding.
É uma colecção cápsula de verão inspirada "em como as mulheres trenzaban", confessa Victoria. "Um dos eixos de Simorra é aprender essas técnicas artesanas e ser capazes das levar a Prêt-à-porter com colecções llevables por todas as mulheres", acrescenta Eva.
Uma tela em alvo
Simorra caracteriza-se por oferecer uns desenhos onde os detalhes não faltam. Mas a base encontra-se no tecido. É na teia eleita onde tudo começa. "Uma tela em alvo", em palavras da própria Victoria.
Precisamente, é no tecido onde a assinatura dá rienda solta a suas inspirações. Sobre ele, constroem um relato que se traduz em prendas para mulheres "que procuram algo mais", explica Victoria. "Uma prenda que lhes sente bem, com um desenho cuidado e esses pontos especiais que sempre cuidamos em Simorra", acrescenta a desenhadora.
Uma marca de luxo acessível
As directoras de Simorra reconhecem que são uma marca que entram dentro da categoria luxo acessível. "Não produzimos quantidades enormes nas que todo mundo se vai vestir igual. Certa exclusividad mas acessível", sustenta Eva.
Assina-a catalã permite fazer-se com um bom fundo de armário. "Mas elevado", enfatiza Victoria. "Vinculamos-nos muito com a arte e tentamos que a cada peça seja única e que te vá durar muito anos, que te traga a lembrança dessas ocasiões nas que as luziste", sublinha Eva.
Adeus ao 'fast-fashion'
No lado oposto de marcas do luxo acessível, encontra-se o fast-fashion. Grandes atiradas de prendas a preço de chollo inspiradas (ou copiadas) das marcas mais populares onde a criatividade e a qualidade brilham por sua ausência. A cada vez mais consumidoras fogem desta indústria. "Estamos a notar essa tendência de apreciar mais a qualidade", aponta Eva.
Uma tendência que, assegura, também está presente ao público jovem. "Deixar de lado o que era o fast-fashion e me vou comprar 200 prendas a cada temporada. Agora me vou comprar duas boas e, ademais, sei que não as vai levar tantas pessoas", acrescenta a directora de marca.
Da 080 ao armário da Casa Real
Uma das notícias mais soadas no sector têxtil durante esta semana tem sido, sem lugar a dúvidas, a colaboração de Cabo e Victoria Beckham. Uma fusão de luxo e low-cost que assinaturas como Simorra dão seu visto bom. "Vivemos em era-a das colaborações para tudo", confessa Eva. "Nossa colecção inspira-se em como as mulheres vivem em comunidade e colaboram", conclui.
Os desenhos sofisticados de Simorra triunfam entre as consumidoras. O desfile da marca na 080 é só uma prova disso. O sucesso de suas criações chega à Casa Real. A princesa Leonor luziu um vestido camisero rosa para os Prêmios Princesa de Astúrias da assinatura. "Estar no armário da Casa Real nos corrobora o facto de que o estamos a fazer bem", conclui Victoria.