Ranking das marcas de cosméticos mais valiosas do mundo: L'Oréal, Gillette ou Nivea?

O sector cosmético em Espanha vive um momento dourado: a facturação de 2023 atingiu os 10.400 milhões de euros, segundo os dados da Associação Nacional de Perfumaria e Cosmética (Stanpa). Uma parte da responsabilidade corresponde aos influencers, já que cada vez são mais os criadores de conteúdo que partilham as suas rotinas de beleza e skincare e fomentam o consumo deste tipo de produtos.

Segundo Stanpa, o consumo per capita desta classe de artigos (cremes de todo o tipo, perfumes, produtos para o cuidado do cabelo) situa-se em 206 euros anuais. E, ainda que sejam muitas as marcas que contribuem para o auge do sector, há três especialmente valiosas: L'Orèal, Gillette e Nivea.

L'Orèal, a marca mais valiosa

L'Orèal é a marca cosmética mais valiosa do mundo: lidera a classificação das principais marcas do sector a nível global ao ultrapassar os 13.300 milhões de dólares. Deste modo, quase duplica o valor da sua rival mais imediata, a norte-americana Gillette (7.427 milhões de dólares), à que se segue a alemã Nivea (6.757 milhões de dólares). Deste modo, estas três empresas são mais poderosas, em termos económicos, que o clube de futebol mais valioso do mundo, que, segundo Forbes, é o Real Madrid (6.070 milhões de dólares).

O grupo francês de beleza, que tem sido especialmente hábil posicionando no segmento do luxo, fechou o primeiro semestre de 2024 com lucros líquidos atribuídos de 3.656 milhões de euros, o que representa um incremento de 8,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os seus rendimentos ascenderam a 22.121 milhões de euros, mais 7,5% em termos absolutos e ummais 7,3% em métricas comparáveis.

Guerlain e Lancôme, também no top

Depois do pódio que conformam L'Oreal, Gillette e Nivea, Guerlain ocupa o quarto posto, o quinto é para Lancôme e o sexto para Estée Lauder. Outras que se colam no top-10 são Dove, Pantene e Garnier.

As previsões dos peritos apontam para que o sector continuará a crescer, e serão os consumidores jovens os que estimularão as mudanças dentro do mesmo, simultaneamente que os seus conceitos e icones de beleza se transformem. "Nogeneral, espera-se que a beleza se caracterize pela 'premiumização', com um crescimento anual previsto de 8% no nível de beleza premium", reflete um relatório da McKinsey.

Artículo relacionado

Cosmética vegana, a tendência 'beauty' que impulsiona o consumidor a pagar mais: porquê?

Ana Siles

O papel da tecnologia

A tecnologia promete revolucionar o sector. Neste sentido, a diretora geral da divisão de produtos de consumo do Grupo L'Oreal para Espanha e Portugal, Ana Jaureguizar, afirmou durante a sua participação o Congresso Aecoc do Grande Consumo que a sua empresa quer ser líder do beauty tech, já que conta "com os bancos de dados de beleza mais completas do mundo e com 8.000 peritos em tecnologia digital e IA, o que nos permitiu criar serviços de realidade aumentada, transformando a experiência de beleza".

A diretora espanhola realçou que a companhia procura gerar uma "mudança radical para o retail". "L'Orèal contínua na vanguardia na inovação, que é a esência do que somos. A beleza pode criar um mundo melhor com a tecnologia como aliado", disse. Ademais, afirmou que Espanha é um "mercado europeu chave" para o grupo,  que teve dois anos de crescimento de dois dígitos, tanto em vendas como em volume. 

Compras on-line

Por outro lado, segundo Pure SC, durante 2022 33% dos espanhóis adquiriram produtos de beleza através de canais on-line, um valor que permitiu que os artigos do sector se colocaram entre os mais comprados por Internet. "Esta mudança reflete um giro significativo nos hábitos de consumo, especialmente após o confinamento obrigatório durante a pandemia de COVID-19 em 2020", indicam.

Por outro lado, também é relevante o aumento de popularidade que tem experimentado a cosmética natural e biológica. Tal como explicam do BBVA, "a crescente consciência sobre a importância de cuidar tanto da nossa pele como o meio ambiente tem impulsionado as suas vendas. Os consumidores são cada vez mais responsáveis com as suas compras e exigem que os produtos adquiridos cumpram com uma série de expectativas que vão para lá da qualidade ou o preço, e têm em conta valores como o ecologismo ou a sustentabilidade".