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Olá extravagancia: as 4 bolsas mais caras e estranhos que têm revolucionado a história da moda
Se há algo que está claro é que a moda é inovação. Acostumados a ver apostas do mais estrafalarias, o verdadeiro é que a capacidade criativa das assinaturas de luxo parece não ter teto e sina que lho digam a estas bolsas virales
O mundo da moda parece ter encontrado uns novos caminhos e códigos para conseguir o sucesso que pouco ou nada têm que ver com as antigas e clássicas colecções que levavam às passarelas os desenhadores.
A tendência e o gosto do mundo do criativo por explorar novas formas de expressar numa linha mais extravagante e trasgresora. Parece que nos últimos tempos há verdadeiro gosto por explorar o incómodo e o estranho, algo que sendo aparentemente oposto ao que dantes se entendia por estilo, funciona e cumpre com o objectivo final da moda, que não é outro que o de derrochar autenticidad.
A estética 'ugly' e seu impacto na moda contemporânea
A moda sempre tem sido um terreno fértil para romper regras e desafiar conceitos estabelecidos, e a tendência "ugly" é um claro exemplo disso. Para além de seu nome, esta corrente converteu-se num fenómeno cultural que celebra o estranho, o audaz e o aparentemente incompatível, acaba pelo voltar tão quotidiano como uma bolsa de uso diário.
A moda "ugly" encontra seu encanto em combinar peças opostas, estampados extravagantes e acessórios que, a primeira vista, parecem irreconciliables com a ideia de estilo. Desde os anos 90, desenhadores como Alexander McQueen, Prada e Calvin Klein responderam a uma sociedade que procurava vanguardia e ruptura com os cánones tradicionais de beleza. Assim, o exagerado e o asimétrico se converteram numa nova forma de atractivo visual.
Por que triunfa uma bolsa com forma de apio por 3700 euros?
Com o tempo, casas como Gucci, Vetements e Balenciaga levaram esta estética ao extremo, misturando géneros, exagerando proporções e desafiando convenções. Estas propostas ressoaram especialmente entre as novas gerações, cansadas da perfección e em procura de autenticidad e transgresión.
O sucesso desta tendência arraiga na capacidade de provocar e divertir. Oscar Wilde já adiantava-o ao afirmar que "a moda é uma forma de fealdad tão intolerável que temos que a mudar a cada seis meses". Hoje, peças que dantes tivessem sido recusadas —como as chanclas com calcetines— encontram seu lugar em passarelas e ruas, como demonstrou Balenciaga em sua colecção primavera-verão 2017. Com a marca Moschino sucede o mesmo, pois sua bolsa com forma de apio verde não só se viralizó às horas de sua apresentação em sociedade na Semana da Moda de Milão, é que ainda segue esgotado em seu site que o vende pela friolera de 3700 euros.
A bolsa varra de pan de Moschino: a moda do extravagante
Entre os itens mais virales da Semana da Moda de Milão, Moschino apresentou também outra bolsa com forma de pan francês, desenhado por seu novo diretor criativo, Adrián Appiolaza. Este peculiar acessório, valorizado em 995 euros, ainda se pode adquirir em seu site.
A bolsa de papel com forma de envoltorio
Este não é a primeira tentativa de Moschino por converter objetos quotidianos em luxuosas peças de moda. Este 2024, também tem lançado uma carteira de papel com a que habitualmente se envolvem os produtos de hojaldre nas pastelerías quando to põem para levar a modo de bolsa.
O curioso é que não só se inspira nesta carteira, é que é uma carteira de papel como tal, reforçando sua reputação trasgresora e demonstrando que se pode misturar humor e luxo de forma exitosa. A assinatura descreve-o da seguinte maneira: Bakery paper bag, uma bolsa de mão em forma de carteira de papel com logotipo «Panadería Moschino» com coroa de laurel e corte em ziguezague na parte superior, de venda on-line a nada mais e nada menos que a 450 euros.
Carrie Bradshaw e a bolsa viral com forma de pomba
O desenhador JW Anderson, por sua vez, tem convertido o absurdo em arte. Desde um vestido que imita uma carteira com água e um peixe até colecções que parecem feitas de plastilina, o desenhador redefine constantemente os limites do que consideramos "belo" ou "normal".
O fenómeno da moda "ugly" também tem chegado ao mundo do cinema e a televisão. Na segunda temporada de And Just Like That, o icónico personagem de Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) surpreendeu com um look incomum ao aparecer com uma bolsa com forma de pomba de JW Anderson.
Uma peça surrealista que recorre aos telefonemas "ratas do ar" para trabalhar ainda de forma mais profunda na estética do incómodo. Este produto não só foi luzido pela popular actriz no outono-inverno 2022, é que segue estando disponível por 690 euros. O surpreendente desta peça é que, dado o revuelo e interesse que gerou, já tem sido clonado em AliExpress.
A moda como provocação
Num mundo saturado de imagens perfeitas, a moda "ugly" convida a reflexionar sobre a beleza em suas formas mais inesperadas. Esta corrente celebra a criatividade sem restrições e redefine os limites do aceitável, demonstrando que, na arte do vestir, o interessante sempre supera ao convencional.
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