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'Live shopping', a estratégia de vendas que engancha aos consumidores e a marcas como Zara

Esta inovadora táctico é a aliada das companhias para lançar novos produtos e oferecer experiências 360º a seus seguidores

Una persona participa en un 'live shopping'   FREEPIK
Una persona participa en un 'live shopping' FREEPIK

O terreno digital a cada vez vai ganhando mais terreno no dia a dia. Tal é de modo que o número de utentes que se animam a comprar por internet não deixa de aumentar. As marcas são conscientes disso e também não perdem a oportunidade de criar novas estratégias de vendas.

El live shopping ou shoppertainment é uma boa prova disso. Trata-se de eventos virtuais organizados pelas companhias consistentes em emissões ao vivo que atraem a milhões de consumidores com o objectivo de viver uma experiência completa e incentivar a compra dos produtos.

Artigos a um sozinho clique

A finalidade do live shopping é promover os produtos que à marca lhe interessem e que os espectadores os comprem. Normalmente, as assinaturas preferem mostrar edições limitadas ou especiais de artigos gerando uma sensação de urgência e escassez, tal e como explica a este meio o consultor de marketing Francisco Torreblanca.

'Live shopping' de Ikea / EP
'Live shopping' de Ikea / EP

"Por exemplo, imaginemos uma marca de cosmética que está a dar um tutorial sobre como maquillarse, truques para aplicar sombras… e o está a fazer com seus produtos e a um sozinho clique para os comprar", explica a este meio o professor de marketing Paco Lorente. Assim, estes eventos virtuais se dividem em três partes. Por um lado, os utentes vêem no ecrã a emissão ao vivo, um chat para interatuar com a marca e outros espectadores e, ademais, os produtos a um sozinho clique.

O 'live shopping de Zara

O live shopping é uma tendência que se pôs muito de moda faz aproximadamente três anos no mercado asiático. Uma dos grupos pioneiros em pôr em marcha esta estratégia de vendas foi Alibaba e todas suas submarcas, como AliExpress. Depois do sucesso em Ásia, Europa tomou nota e também não demorou em somar à tendência do live shopping.

Um dos mais populares foi o organizado por Zara no passado mês de setembro. A assinatura de Inditex contou com a presença das modelos Cindy Crawford e Kaia Gerber. Durante 40 minutos, ambas luziram looks da nova colecção da mão da estilista Carlyne Cerf de Dudzeele.

Emissões ao vivo afastadas das redes

As redes sociais são as aliadas oficiais das marcas para promover seus produtos. No entanto, o live shopping realiza-se no site da assinatura. E isto é chave para conseguir que os clientes comprem os produtos.

"Nas redes sociais não temos o controle do que passa aí, a diferença com o live streaming é que sim. Tudo sucede na plataforma da companhia e podes o controlar tudo. Se esse mesmo conteúdo fizesse-lo através de Instagram, por exemplo, implicaria que o utente tem que sair para ir a teu ecommerce e isto pode desincentivar a compra", argumenta Lorente.

Una chica participa en una emisión en directo / FREEPIK
Uma garota participa numa emissão ao vivo / FREEPIK

Como atrair ao consumidor

O maior inconveniente dos shoppertainments é que convocar ao público não é fácil. É por isso que Torreblanca explica quais são as vias mais eficazes para atrair aos clientes. "O factor surpresa é o que melhor funciona. Isto é, que os utentes não saibam quem é o influencer ou famoso que vai colaborar no evento", sustenta.

Não obstante, o experiente também aclara que, às vezes, basta apenas que o público conheça todos os detalhes importantes sobre a convocação: quando terá lugar o live shopping, a que hora e os rostos que estarão presentes. "Perdes a sensação de estar a comprar, estás a desfrutar e visualizando um conteúdo que gostas e te enriquece. O cómputo total é algo muito agradável", acrescenta Lorente.

Uma tendência em auge

O sucesso do live shopping tem feito que a cada vez se somem mais adeptos. E, seguramente, será uma estratégia de vendas que apliquem muitos comércios eletrónicos para além dos relacionados com a moda e beleza.

Agora bem, não se trata de bombardear ao público com estes encontros virtuais. "Cansar-se-ia", enfatiza Torreblanca. "Pode que cheguem a segmentos como o do luxo ou a tecnologia mas não masificados. São eventos mais qualitativos que quantitativos", conclui. Do que não há dúvida é de que o live shopping tem demonstrado ser uma boa estratégia de vendas para as marcas. "Vejo-lhe muito potencial desde que trabalhem-se com sentido comum. Trata-se de gerar um conteúdo de valor para depois vender e não ao revés", limpa Lorente.

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