• Home

  • Moda e beleza

  • Cosmética vegana, a tendência 'beauty' que impulsiona ao consumidor a pagar mais: por que?

Cosmética vegana, a tendência 'beauty' que impulsiona ao consumidor a pagar mais: por que?

Muitos utentes associam os produtos 'cruelty-free' ao conceito de sustentabilidade mas os experientes advertem de que não sempre é assim e explicam as chaves do sucesso desta cosmética

Varios productos de cosmética vegana
Varios productos de cosmética vegana

Nos últimos anos, as marcas de cosmética têm apostado pelos produtos veganos. A cada vez são mais as assinaturas que presumen do selo cruelty-free. Um exemplo? Freshly Cosmetics ou Cocunat são dois dos nomes mais populares.

A primeira delas aterrou no mercado beauty lá por 2015. Desde então, não tem deixado de crescer até facturar mais de 46 milhões de euros em 2023, segundo a revista Vegconomist. Fica claro que esta linha de beleza tem demanda, sucesso e público.

Que é um cosmético vegano?

Pese a sua popularidade, ainda há consumidores que se perguntam que é um cosmético vegano. Com frequência costuma-se confundir com os produtos naturais. Estes últimos são respeitosos com o meio ambiente e seus componentes provem/provêm da natureza mas podem ser derivados dos animais.

Productos de cosmética vegana / PEXELS
Produtos de cosmética vegana / PEXELS

Explica-o Consumidor Global a doutora Cristina Villegas, chefa do Serviço de Dermatología do Hospital Universitário Sanitas A Moraleja. No caso da cosmética vegana, detalha que são produtos livres de elementos de origem animal. "Só contêm ingredientes vegetais e não estão declarados em animais", acrescenta a experiente.

Que produtos são veganos

Quando falamos de cosmética vegana, falamos de uma ampla faixa de produtos. "Desde bases de maquillaje, labiales até produtos para o cuidado da pele e o cabelo", detalha Villegas. Entre os principais ingredientes destes produtos destacam os azeites e ceras vegetais; extractos de plantas como o chá verde; azeites essenciais; arcillas e almidones.

Isso sim, o selo cruelty-free se paga caro. No caso de Freshly Cosmetics, a maioria de sérums faciais não baixam de 35 euros por tarros de 30 ml. Cocunat sobe aposta-a com packs de tratamentos que superam os 100 euros.

Factores que influem no preço final

A grande pergunta é por que o consumidor tem maior predisposición a pagar mais pela cosmética vegana que pela que não o é. Paco Lorente, experiente em marketing, desgrana a este meio todos os factores que influem no preço final. Por suposto, entra em jogo a reputação das assinaturas, packagings e processos de produção mas há bem mais.

A mensagem de marca é um condicionante importante. "Deram-se conta de que há um segmento da população crescente que é muito consciente do maltrato animal e o meio ambiente. Apanhando estes dois conceitos constrói-se uma mensagem de marca muito potente que quando aterra no mercado pode dimensionar a decisão de compra do consumidor", detalha Lorente.

O conceito do 'semiveganismo'

Outro ponto finque é o público objectivo ao que se dirigem as marcas veganas. Para além dos veganos, estas companhias têm encontrado um bom filão no "semiveganismo", tal e como define o próprio experiente. Em que consiste?

"São aqueles consumidores que apostam por cosmética vegana, moda sustentável, etcétera, mas não alteram sua alimentação. Isto permite às marcas chegar a um público maior e não se estancar no que é 100% vegano", afirma Lorente.

Vegano é sinônimo de sustentável?

Que um cosmético seja vegano não implica necessariamente que seja sustentável ou natural. No entanto, as marcas são conscientes de que o consumidor faz esta associação de forma automática.

"O conceito vegano é um elemento mais que se pode associar ao prestígio da marca e repercute no preço porque ainda é algo inovador", comenta Lorente. O experiente em marketing sublinha que todo o que o consumidor assume como novo, aumenta seu predisposición a pagar mais.

Uma mensagem com data de caducidad

"Todo o que entra no paraguas da sustentabilidade (ainda que vegano não implica que seja sustentável), me contribui uma vantagem competitiva como marca", recalca Lorente. Mas, inevitavelmente terminar-se-á convertendo num commodity, em palavras do experiente.

Será então quando o conceito veganou passará de moda no terreno do marketing e as marcas terão que encontrar outro reclamo comercial. Não só para atrair ao consumidor. Também para lhe convencer de que deve pagar mais pelo mesmo produto.

Você leu este conteúdo de consumidor global preparado por nossa equipe de redatores e especialistas. Se você deseja acessar livremente todo o conteúdo que produzimos, recomendamos se inscrever. Além disso, você pode receber aconselhamento jurídico gratuito por fazer parte da nossa comunidade.
Comentários

Desbloquear para comentar

Inscrever-se

Temos
o melhor plano
para o consumidor exigente

Inscrever-se
Acessar

Acesso total

Acesso a todas as seções sob assinatura

Conteúdo exclusivo

Conteúdo exclusivo

Os melhores artigos, produtos, conteúdos exclusivos e assessoria jurídica

Inscrever-se
Seja o melhor consumidor junte-se ao nosso clube.