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Todo o que deves saber antes de subir a potência contratada da luz: preço, documentos e prazos
A realização deste procedimento pode implicar um custo mais elevado do que o previsto pelo cliente, especialmente se este residir na Catalunha.
O preço da luz foi, durante os últimos três anos, uma das principais dores de cabeça dos consumidores. Assim, não deixaram de surgir dúvidas sobre se é melhor a tarifa regulada ou o mercado livre, assim como também não têm faltado as perguntas sobre os telefonemas das diferentes comercializadoras que propunham ofertas agressivas ou as facturas de Endesa que não chegavam quando correspondia. Também é normal que surjam dúvidas entre aqueles que desejam subir a sua potência contratada.
Esta decisão, de adicionar mais potência eléctrica, é normalmente tomada quando a potência de uma casa é frequentemente reduzida. Como explica a Selectra, aumentar a potência contratada pode permitir a utilização simultânea de vários aparelhos sem se preocupar com a sobrecarga da instalação eléctrica, algo especialmente relevante em lares com muitos membros que usam dispositivos eletrónicos ao mesmo tempo.
Quanto custa subir a potência contratada
Agora bem, há muitos factores que devem se ter em conta. Em primeiro lugar, os diferentes custos existentes, a cada um correspondente a um conceito:
- Direitos de extensão: 17,37 €/kW + IVA.
- Direitos de acesso: 19,70 €/kW + IVA.
- Direitos de enganche: 9,04 € + IVA
Além disso, os consumidores devem estar cientes de que terão de pagar por cada quilowatt extra (a unidade de medida utilizada para indicar a potência máxima que um agregado familiar pode suportar) que contratarem. Mais especificamente, segundo detalha a este meio Sergio Soto, analista especializado em energia na roams.es, "a factura aumentaria cerca de 4€ por cada kW de potência (exactamente, 3,93€)". Para fazer o cálculo, Soto analisa os preços médios da potência nas tarifas elétricas do banco de dados de Roams (P1: 0,097 €/kW/dia | P2: 0,034 €/kW/dia).
Um trâmite simples
Na opinião de Soto, é um trâmite simples que as operadoras "facilitam ao utilizador". Ademais, pode fazer desde as áreas de cliente de muitas companhias energéticas ou, se não, chamando directamente ao atendimento ao cliente. Segundo este perito, um único telefonema deveria bastar para completar o trâmite.
A parte mais complicada do processo, segundo este perito da Roams, é a inicial, a de saber exactamente que potência precisa cada cliente. "Para isso, o melhor é saber que electrodomésticos de uso regular se têm em casa e quanto consomem. Convém calcular um aproximado da potência necessária quando estejam dados de maneira simultânea todos os electrodomésticos que consideres e subir um pouco mais para estar coberto ante maiores necessidades", expõe.
Que documentos precisas
Tal como explicam em Selectra e no site de Endesa, estes são os documentos que precisas para subir a potência contratada:
- Nome, apellidos e RG do titular do contrato
- Potência elétrica atual e nova potência
- Número CUPS
- Direcção do ponto de fornecimento
- Boletim elétrico ou Certificado de Instalação Elétrica -CIE- (em determinados casos)
Segundo Endesa, a comercializadora pedirá ao cliente o CIE apenas se dá-se alguma das seguintes circunstâncias:
- Se passaram mais de 20 anos desde a última actualização.
- Se a potência que solicitas é superior à que marca a tua fatura.
- Se realizaste uma mudança de tensão.
- Se pedes mudança de potência para uma casa nova que nunca antes foi ocupada.
- Se vives nas Canárias e queres mudar a potência contratada.
Quanto custa o boletim elétrico
A CIE tem as suas particularidades: não tem um custo regulamentado, pelo que cada empresa ou eletricista pode cobrar um valor. “O custo varia muito (50-200 euros), pelo que recomendamos que peça vários orçamentos”, aconselha a Endesa no seu sítio Web.
“No final, como algo que não está regulamentado, o mercado livre e a oferta e a procura entram em ação. Parece-me razoável, como parte do funcionamento do mercado. No entanto, o melhor para o utilizador é certificar-se sempre de que a qualidade do serviço é boa, antes de pensar se é mais ou menos económico”, defende Soto.
O caso da Catalunha e o BRIE
Como se isso não bastasse, se o consumidor que deseja aumentar a potência contratada residir na Catalunha, terá de apresentar mais um documento: o BRIE (Boletim de Reconhecimento de Instalações Eléctricas). É certo que se trata de uma anomalia: tal como explicado nos sítios Web da Naturgy e da Podo, só é obrigatório nesta comunidade autónoma.
Da mesma forma, para gerir o aumento da potência contratada, se esta for superior a 20 kW, os catalães devem também apresentar o RITSIC (Registo de Instalações Técnicas de Segurança Industrial da Catalunha).
Ajustar o valor em função do consumo
Sergio Soto também explica a este meio que a maioria de lares espanhóis não tem contratada uma potência conforme o seu consumo. O especialista cita um relatório que a Comissão Nacional dos Mercados e a Concorrência (CNMC) publicou este verão no qual se diz que 60% dos lares não tem uma potência conforme a suas necessidades porque sobrecontrata.
“No final de 2023, 63% dos agregados familiares tinham, em média, mais 1,11 kW de potência contratada do que a que efetivamente utilizavam nas horas de ponta. A percentagem aumenta - 67% - se considerarmos as horas de vazio, com um excesso de 1,6 kW”, detalha o relatório.
Quanto pagam os espanhóis em média
Assim mesmo, segundo os dados da CNMC, a factura média mensal de electricidade para os lares no mercado regulado (que inclui aos lares com pagamento social elétrico) no final de 2023 foi de 27,6 euros. O consumo correspondente foi de 210,9 kWh, enquanto em 2022 ficou em 184,4 kWh.
Por outro lado, os consumidores que tinham contratada a sua tarifa no mercado livre tiveram uma factura mensal média de 55,6 euros, enquanto o consumo destes lares foi de 218,9 kWh.
Prazos
Os limites nas mudanças de potência jogam em prol das empresas: o consumidor pode subir a potência contratada todas as vezes que o deseje em decorrência de um ano, mas só poderá a baixar duas vezes.
Quanto aos prazos, uma vez que a revendedora recebeu todos os dados necessários, tem um prazo de 15 dias úteis para realizar a mudança… que nem sempre se cumpre. "O prazo estimado para que a comercializadora aumente a potência elétrica é entre 7 e 20 dias, ainda que pode alongar-se mais como a comercializadora pode ter que fechar o ciclo de facturação antes de aceitar a mudança", alertam da Selectra.
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