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Quanto custa um filho até sair de casa em Espanha (e é mais caro do que uma filha)
Trata-se de um esforço financeiro considerável, que se intensificou nos últimos anos devido à inflação e às mudanças nas estruturas e necessidades familiares.
Ter filhos em Espanha é motivo de alegria para as famílias, mas também representa um desafio económico que se incrementou nos últimos anos devido à inflação e as mudanças nas necessidades familiares. Segundo o recente estudo de Raisin em 2024, o custo de criar um filho em Espanha desde o seu nascimento até a sua emancipação atingiu uma média de 335.000 euros.
Esta cifra abarca as despesas necessárias em alimentação, higiene, roupa, educação, celebrações, e outros aspectos que variam ao longo dos anos. Ademais, observa-se uma ligeira diferença de despesa entre criar um menino e uma menina, devido principalmente à idade de emancipação, já que as mulheres costumam ficar independentes antes dos homens.
Diferenças de despesa entre meninos e meninas
O relatório mostra que, em média, criar um filho até a sua independência custa 334.343 euros, enquanto o custo de criar uma filha ascende a 324.894 euros.
A diferença, de 9.449 euros, atribui-se a que as meninas tendem a ficar independentes aos 29,4 anos, enquanto os meninos o fazem aos 31,3 anos, o que estende o período de dependência económica dos varões.
Incremento nas principais despesas
Analisando as despesas específicas de 2024, o estudo revela que a alimentação e a educação são dos mais significativos e têm mostrado um aumento constante nas últimas duas décadas. Por exemplo, em 2002, a despesa em alimentação para um filho rondava os 84.909 euros, cifra que tem aumentado a 130.568 euros em 2024.
A educação passou de 28.083 euros em 2002 a 41.141 euros em 2024, refletindo o aumento de custos em formação académica e actividades extraescolares. Outras despesas importantes, como a roupa e os sapatos, também aumentaram de forma notável, passando de 22.248 euros em 2002 a 35.490 euros em 2024, evidenciando o impacto da inflação e as tendências de consumo.
Etapas de maior custo na criação
O estudo de Raisin também assinala que o custo da criação aumenta conforme o menino ou menina cresce, atingindo seu ponto máximo entre os 12 e 18 anos, etapa na qual as despesas mensais são mais elevadas. Uma análise de Save the Children confirma que a despesa mensal meio de uma família com um adolescente dentre 13 e 17 anos ascende a uns 736 euros, enquanto uma família com um menino de 0 a 3 anos gasta uns 556 euros ao mês.
A rubrica com maior impacto nas primeiras fases da vida é a reconciliação, que representa até um terço das despesas totais das crianças com idades compreendidas entre os 0 e os 3 anos. No entanto, a partir dos 7 anos, a alimentação torna-se a despesa predominante, representando até 20% do orçamento familiar.
Diferenças territoriais no custo de criação
O custo de criar um filho ou filha também varia segundo a comunidade autónoma. De acordo com o relatório de Save the Children, Cataluña é a região com o custo mais alto, com uma média mensal de 819 euros por filho ou filha, enquanto na Andaluzia a despesa é menor, promediando uns 641 euros mensais. Estas diferenças refletem as variações no custo de vida e a disponibilidade de serviços em diferentes zonas do país.
Em conclusão, criar um filho em Espanha representa um esforço económico considerável, que se intensificou nos últimos anos devido à inflação e às mudanças nas estruturas e necessidades familiares. Esta análise permite às famílias planificar melhor as suas finanças, considerando que os custos de criação podem variar amplamente dependendo da região e da etapa de desenvolvimento dos seus filhos.
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