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Quantas moradias se okupan a cada dia em Espanha?

Experientes no panorama jurídico têm analisado a regulação do mercado imobiliário e o fenómeno da ocupação ilegal de lares

Varios expertos hablans sobre los datos de la okupación de viviendas en España   CEDIDA (1)
Varios expertos hablans sobre los datos de la okupación de viviendas en España CEDIDA (1)

Em Espanha, a ocupação ilegal de moradias tem atingido níveis alarmantes. Actualmente, estima-se que a cada dia se okupan mais de 40 moradias, o que se traduz em ao redor de 15.000 casos anuais. Este incremento tem gerado preocupação entre os proprietários e o sector imobiliário, quem vêem como o marco legislativo atual dificulta a recuperação das propriedades, favorecendo em muitos casos aos okupas e a máfias especializadas na ocupação.

Durante o VIII Congresso Nacional dos Agentes da Propriedade Imobiliária (API), celebrado em Ávila, debateu-se extensamente sobre a problemática da okupación e as barreiras legais que enfrentam os proprietários. María Pastor, decana do Colégio de Advogados de Mataró, assinalou que "o marco legislativo atual acaba favorecendo a ocupação ilegal de moradias em Espanha". Segundo Pastor, o fenómeno "foi-se estendendo como uma mancha de azeite", afectando à maioria das autonomias e, em particular, ao mercado de aluguer no país, que se enfrenta à perda da confiança dos pequenos proprietários.

A "técnica Telepizza"

A preocupação sobre o impacto da okupación no mercado imobiliário tem sido compartilhada também pelo assessor jurídico do Conselho Geral dos Colégios Oficiais de API, José Merino, quem afirmou que "O panorama é desolador. Ou o legislador dá garantias jurídicas ao proprietário ou o mercado do aluguer em Espanha vai acabar-se".

Varios expertos hablans sobre los datos de la okupación de viviendas en España CEDIDA
Vários experientes falam sobre os dados da okupación de moradias em España / CEDIDA

Em muitos casos, os okupas recorrem a estratégias como o telefonema "técnico Telepizza", que consiste em realizar um pedido para conseguir uma prova de domicílio e, com ela, aceder aos fornecimentos básicos e assim consolidar sua estadia na moradia. Estas práticas têm levado ao colapso do sistema judicial, o que incrementa os tempos de espera para desalojar aos okupas e desespera a proprietários, especialmente àqueles com escassos recursos que dependem de seus inmuebles.

As medidas para contrarrestar a problemática

Quanto às medidas que procuram contrarrestar esta problemática, Carles Sala, porta-voz e assessor jurídico dos API de Cataluña, fez finca-pé na necessidade de diferenciar entre os denominados "grandes tenedores" de inmuebles e os pequenos proprietários.

Sala explicou que o processo de recuperação de uma moradia ocupada muda drasticamente se o afectado é classificado como grande tenedor, uma situação que afecta a muitos pequenos arrendadores que dependem do aluguer para complementar seus rendimentos. Segundo o experiente, é urgente "mudar o relato sobre a okupación". A seu julgamento, a sociedade já percebe a okupación como uma actividade ilegal; no entanto, agora é necessário que o marco legislativo garanta a recuperação imediata dos inmuebles.

A crescente demanda de seguros antiokupas

A esta problemática suma-se a crescente demanda de seguros antiokupas, que oferecem coberturas específicas para paliar as perdas económicas e os danos derivados da okupación. Este tipo de seguros converteram-se numa ferramenta de apoio para os proprietários, ainda que os custos e as coberturas variam, e não sempre garantem a recuperação do inmueble no curto plazotimo.

Por último, Cristina Vallejo, sócia diretora de VPG Advogados, tem assegurado que "urge recuperar a segurança jurídica no mercado da moradia". "A Lei de Moradia não só não tem posto travão ao auge da ocupação ilegal, senão que a blindou. Hoje, se um pequeno proprietário recupera sua moradia ocupada ilegalmente aos 7 meses tem-se de considerar afortunado".

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