O preço da luz poderia escalar nos próximos dias até os 80 euros o megavatio hora (MWh) por causa da subida das temperaturas, entre outros factores, segundo tem vaticinado o director geral de Tempos Energia, Antonio Aceituno.
Pese a que o pool eléctrico nacional tem entrado em "uma quietude contida", inclusive em cotas mais competitivas que em junho com uma queda de 8,58%, "a baixa densidade das ráfagas de ares, junto às baixadas no rendimento do semiconductor, o silício, provocarão que os preços para o pool eléctrico nacional rondem desde metade de julho os 80 euros o megavatio hora", assinala o experiente.
A subida do preço da luz
Aceituno também indica que o incremento das temperaturas propiciará que o pool eléctrico suba aproximadamente um 60%. Ademais, recorda que estamos ante no terceiro mês mais caro de todo o ano, ainda que um pouco por embaixo dos 74,10 euros o MWh do passado janeiro.
O director geral de Tempos Energia explica que, para entender a escalada do preço da electricidade, "devemos de ter em conta os principais vetores que intervêm no pool eléctrico nacional".
Os factores que disparam o preço
O primeiro é a temperatura. Assim, o experiente detalha como a média de junho se situou nos 21,35 graus centígrados. No entanto, nos primeiros dias de julho tem atingido uma média de 23,53 graus centígrados. "A primeira consequência é singela de adivinhar: a demanda cresce até chegar aos 672 gigavatios hora ao dia, justamente um 10,35%, 63 gigas, mais que no mês passado".
A isto se soma que a energia hidroeléctrica está a perder relevância, já que mês a mês sua contribuição ao mix energético se vai reduzindo de maneira importante. "Este julho está a situar seu trabalho em 76 gigavatios hora ao dia, cobrindo somente o 10% da geração e desenhando uma surpreendente queda de quase o 9% com respeito a junho". A modo de exemplo, "a dinâmica do água reduziu-se em mais de 50% com relação aos máximos atingidos no passado mês de março", aponta Aceituno, quem tem acrescentado que "está a aproveitar, e de que maneira, seu custo de oportunidade, afastando a ideia de verter a custo zero, acompasando seus vertidos à curva que desenha o pool e, por suposto, àquela que apresentam as centrais a gás".
A energia nuclear e a solar estão ao 100%
Por sua vez, após as paradas, as centrais nucleares de Trillo e Vandellós voltaram à rede o 11 e 12 junho, respectivamente, fazendo possível que os sete reactores estejam ao 100%. Desta maneira, este julho o parque está a contribuir 22 gigavatios hora ao dia mais, um 15,25% acima do mês passado.
A primeira fonte de energia de Espanha é o sol. Sua contribuição no mês actual atinge os 192 gigavatios hora ao dia, um 26% mais que o vento, tendo subido seu inyección ao mix de 129 gigas, um 201,71% com respeito aos mínimos atingidos o passado janeiro. "Seu trabalho está a converter-se em fundamental e vital face a conter os preços", destaca Aceituno. Um mês de julho no que as cotações do pool nas horas solares se situam nos 19,78 euros o megavatio hora. No entanto, fora da janela onde brilha o sol, atingem os 78,37 euros, isto é, um mais 296%. "De não ser pelo sol, possivelmente a média do pool apresentar-se-ia já um mais 40% caro", sentencia o especialista.