No ano 2025 os espanhóis terão que rascarse mais o bolso. Conquanto o golpe inflacionário parece ter-se amortecido, o fim de certas medidas que se implementaram para tratar de paliarlo implicará que muitos bens e serviços se encarezcan. Por exemplo, subirão os preços das tarifas das principais companhias de telecomunicações, a factura da luz e os alimentos.
A rebaja do IVA aos alimentos básicos, azeite de oliva e massa e azeites de sementes decaerá tal e como estava previsto. Ao longo de 2024 o tipo deste imposto tem ido recuperando seu nível e este 1 de janeiro já registará suas percentagens habituais. O azeite de oliva passará de 2% ao 4%, ao estar incluído nesta categoria.
Preço do azeite de oliva
O azeite de oliva, o mais claro representante da exorbitante escalada de preços dos últimos três anos, segue vivendo vaivéns. Ainda que o preço da origem tem caído, o litro de marca branca (de Carrefour, por exemplo) segue no supermercado acima dos 6 euros.
Com tudo, segundo Eurostat, o preço de venda do azeite de oliva nos lineares dos comércios espanhóis baixou um 3,7% em novembro com respeito ao mesmo mês de 2023. Espanha foi o único país de toda a Eurozona onde este produto básico da cesta da compra se abarató muito próximo dos Natais.
Subida do IVA
No que se refere à electricidade, a principal novidade é que a partir de 1 de janeiro este produto regressou, de forma já permanente, ao 21% no Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
Segundo Kelisto, esta mudança impositiva suporá um encarecimiento anual da factura elétrica do mercado livre de quase 56 euros ao ano para um perfil média (uns 4,6 euros mensais). No mercado regulado, a subida impositiva incrementaria o recebo em 74,68 euros ao ano (6,22 euros mensais).
Custos fixos
Também alguns custos fixos do sistema elétrico como os cargos -que estabelece o Governo-, elevar-se-ão em 2025 um 39% com respeito a 2024, após que o Governo os reduzisse em outono de 2021 e os tenha mantido um 55% por embaixo do nível precrisis nos últimos exercícios.
Enquanto, as portagens elétricas, que estabelece a Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC), registarão, em termos médios, uma redução de 4%.
Movistar e Vodafone sobem suas tarifas
Movistar subirá suas tarifas em torno de um 5% a partir do próximo 13 de janeiro. O encarecimiento mais habitual das tarifas para os clientes de Movistar situar-se-á em torno dos 3 euros mensais (36 euros ao ano), conquanto a maioria dos incrementos estarão por embaixo dos 6 euros ao mês (72 euros ao ano).
Por sua vez, Vodafone Espanha aplicará uma subida média de 3% em suas tarifas a partir de 1 de janeiro e sobre isso a teleco tem especificado que, "como a cada ano, de forma automática e transparente", actualizará seus planos de preços em função do IPC média entre setembro de 2023 e outubro de 2024, que se situou no 2,95%.
Orange
No caso de Orange, as tarifas subirão um 3% em media a partir de 27 de janeiro, o que suporá um incremento dentre 2 e 6 euros ao mês (entre 24 e 72 euros ao ano).
Este aumento dependerá do pacote que o utente tenha contratado.
Respiro ao mercado hipotecario
O Euríbor a 12 meses deu um respiro no reta final de ano e fechou dezembro ligeiramente acima do 2,4%, o que supõe o menor nível para esta referência desde setembro de 2022, pelo que os hipotecados observarão uma substancial rebaja em sua quota hipotecaria ante a queda do diferencial.
O Painel de Funcas antecipa um descenso adicional dos tipos de intervenção do BCE ao longo de 2025, sendo este um movimento que refletir-se-ia nos mercados, de modo que o Euribor fecharia neste ano exercício no meio de 2,35%.
Descontos no transporte público
O Governo tem voltado a prorrogar os descontos que se vêm aplicando ao transporte público desde 2022, mas só até junho de 2025, data a partir da qual criar-se-á um abono único de Cercanias de 20 euros para toda Espanha (10 euros para os jovens dentre 15 e 26 anos), ao mesmo tempo que seguir-se-á descontando em, ao menos, um 40% o transporte autonómico.
Assim, durante os primeiros seis meses do ano continuará a gratuidad dos comboios de Cercanias, Rodalies e meia Distância, e dos autocarros estatais, bem como os descontos mínimos de 50% no transporte urbano e metropolitano (o Estado financia um 30% e as comunidades e prefeituras o resto), e novos descontos de 50% em bicicletas compartilhadas.
Subida nas autopistas
Pelo contrário, neste ano, as estradas de portagem que gere o Estado (R-2, R-3, R-4, R-5, AP-41, M-12, AP-36, AP-7 Cartagena-Lado e AP-7 Circunvalación de Alicante) subirão um 2% para veículos que não disponham de cobrança eletrónica e até um 11,09% para os que sim tenham.
Quanto às concessões privadas, as tarifas das portagens das autopistas de titularidade estatal baixo concessão administrativa para 2025 subirão entre um 3,84% e o 5,45%, em função das condições específicas da cada concessão.
Selos e pacotes
O preço dos selos para o envio de cartas e cartões postales padrão de até vinte gramas de importância a destinos nacionais custará 0,89 euros, isto é, 7 céntimos mais que em 2024, o que representa um incremento de 8,54%. O preço duplicou-se numa década: em 2015, a tarifa era de 0,42 euros.
Quanto aos pacotes, pelo de menos de um quilo pagar-se-á 16,2 euros, um mais 3,85%, e pelo a mais de 20 quilos 45,6 euros, só um mais 1,45%. O pacote internacional de menos de 5 quilos custará 47,2 euros, um mais 2,05%.