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Leroy Merlin põe em risco a subvenção autonómica de Rafael ao negar-lhe o desmembre de uma factura

O prazo para solicitar as ajudas para melhoras de moradia da Junta de Andaluzia é até o 26 de dezembro de 2024, no entanto, a negativa da multinacional ao solicitado poderia acarretar a perda

Ana Carrasco González

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Rafael Perea encontra-se no meio de uma batalha burocrática que poderia lhe custar uma subvenção crucial para melhorar seu lar. O cliente adquiriu um conjunto de janelas e portas de PVC por um total de 13.239,52 euros em Leroy Merlin. "A instalação realizou-se de acordo ao pactuado e no prazo estabelecido. No entanto, o problema surgiu quando solicitei uma subvenção para melhoras de moradia da Junta de Andaluzia. Eles requerem uma factura desmembrada por unidades adquiridas, a qual devemos incluir no expediente dantes de uma data limite", explica Rafael a este meio.

Ante a solicitação do Governo autonómico, Rafael dirigiu-se ao estabelecimento de Leroy Merlin em Tomares (Sevilla), onde tinha realizado a compra. Ali, os empregados indicaram-lhe que devia enviar um correio electrónico, lhe assegurando que proporcionar-lhe-iam a factura desmembrada. "No entanto, passou uma semana sem receber resposta, de modo que voltei a contactar por telefone com a empresa. Depois de vários telefonemas e longos minutos de espera, finalmente obtive outro correio electrónico, desta vez do responsável pela secção de madeiras do estabelecimento", relata Rafael.

Leroy Merlin não entrega o solicitado

"O responsável assegurou-me que enviaria a factura tal como a tinha solicitado. Não obstante, para minha surpresa, ao recebê-la, não estava desmembrada como pedi; simplesmente separavam-se os custos dos materiais e a mão de obra", comenta Perea. "Eu o que preciso é uma factura detalhada pela cada material, mas me respondeu que isso era impossível", acrescenta.

A mensagem de Leroy Merlin a Rafael Perea / CEDIDA

"Esta é a única factura que podemos proporcionar. A que lhe entregámos corresponde ao pedido completo de todas as janelas. A única forma de dar-lhe uma factura detalhada pela cada janela seria tê-las solicitado uma por uma em pedidos separados", lê-se na resposta de Leroy Merlin a Rafael, à que tem tido acesso Consumidor Global. Ante a urgência de obter a factura para assegurar a subvenção, o cliente decidiu tomar medidas e recorrer às redes sociais.

A subvenção de moradia, em risco

"Preciso o desmembre pára que me aprovem a subvenção, de modo que decido voltar a contactar com a empresa, desta vez através de X", explica o afectado. "Ao fazer pública a petição, Leroy Merlin respondeu rapidamente pedindo-me uma série de dados: número de orçamento, telefone, direcção e data de compra, entre outros. Após proporcionar-lhes toda a informação requerida, se puseram em contacto comigo por telefone para me assegurar que, finalmente, enviar-me-iam a factura solicitada à maior brevedad", relata Rafael.

A oúnica factura que diz Leroy Merlin que pode entregar / CEDIDA

No entanto, até o dia de hoje, Rafael segue sem receber resposta alguma por parte da multinacional e, portanto, continua sem a factura desmembrada que precisa para a apresentar ante a Junta de Andaluzia. "Isto poderia resultar em la denegación da subvenção devido às demoras de Leroy Merlin e sua negativa a me proporcionar algo ao que tenho direito", lamenta o cliente.

As consequências legais

"O regulamento contábil exige que a factura inclua a identificação dos bens entregados ou serviços prestados. Esta designação é suficientemente elocuente e clara para que o comércio emita a factura desmembrada", aponta o advogado Jesús P. López Pelaz, director do bufete Advogado Amigo. Quanto às consequências legais, López insta a ir a organizações de consumo para que sancionem ao comércio e a comunicar à Agência Tributaria. "Ademais, como a negativa lhe causou um prejuízo (perda da subvenção) ao cliente, poderia reclamar judicialmente a indemnização do dano causado", assinala.

Rafael enfrenta-se à possibilidade de que sua solicitação de subvenção seja recusada devido a este incumprimento. Apesar da ampliação do prazo até o 26 de dezembro de 2024 para solicitar estas ajudas –destinadas à reabilitação e melhora da eficiência energética em moradias, no marco do Plano Ecovivienda, que gere os fundos europeus Next Generation–-, a falta da documentação necessária segue sendo um obstáculo significativo.