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O IPC sobe ao 2,8% em 2024 impulsionado pelos combustíveis e o turismo
A inflação encadeia três meses ao alça e fecha no ano por embaixo da média de 2023, com alimentos e energia mostrando fortes contrastes
O Índice de Preços de Consumo (IPC) registou em dezembro de 2024 um incremento de 0,5% com respeito ao mês anterior, situando sua taxa interanual no 2,8%, segundo dados definitivos do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Este resultado confirma o progresso publicado previamente, ainda que a alça mensal superou ligeiramente a estimativa inicial de 0,4%.
Encarecimiento dos combustíveis e os parques turísticos
O aumento anual do IPC, que enlaça três meses consecutivos de ascensões, reflete principalmente o encarecimiento dos combustíveis e os pacotes turísticos. Estes últimos, incluídos no grupo de lazer e cultura, registaram uma alça interanual de 3,2% , enquanto o grupo de transporte incrementou sua taxa ao 0,6% pela subida de preços de combustíveis.
O Ministério de Economia, Comércio e Empresa atribui o aumento do IPC ao "efeito baseie" provocado pelos preços dos combustíveis, ainda que realça que a média anual de inflação de 2024, de 2,8%, se encontra oito décimas por embaixo do 3,6% registado em 2023. Ademais, sublinha que a inflação de alimentos fechou num moderado 1,8%, um ponto por embaixo da taxa geral.
Contrastes nos preços
Durante 2024, a inflação alimentar mostrou signos de contenção, com uma notável redução em produtos como o azeite de oliva, cujo preço caiu um 12,3% com respeito ao ano anterior. Este descenso, junto à baixada do açúcar (-13,9%) e os combustíveis líquidos (-10,9%), ajudou a equilibrar o índice geral.
No entanto, outros produtos experimentaram importantes subidas. O chocolate liderou os incrementos, com um alça de 23,9%, seguido pelos pacotes turísticos nacionais (+21,2%), a joyería e bisutería (+19,3%), a electricidade (+18,6%) e o transporte marítimo de passageiros (+13,4%). Em termos gerais, das 199 subclases de produtos que compõem o IPC, 150 elevaram seus preços, 42 se abarataron e oito se mantiveram estáveis.
Subida mensal marcada pelo turismo e a electricidade
O aumento mensal de 0,5% em dezembro foi o mais elevado para este mês desde 2021. Este repunte deveu-se ao encarecimiento dos pacotes turísticos, que subiram um 20,4% em sua versão nacional e um 14,4% na internacional, além da electricidade (+0,6%) e as gasolinas (+0,4%). Em contraste, o azeite de oliva continuou sua tendência à baixa, reduzindo seu preço num 8,5% com respeito a novembro.
O IPC harmonizado (IPCA), utilizado para comparações internacionais, fechou dezembro com uma subida anual de 2,8% e um incremento mensal de 0,4%.
Políticas económicas e perspectivas
O Ministério de Economia destaca que a evolução à baixa da inflação em 2024 é um reflexo da eficácia das medidas económicas implementadas, que têm conseguido compatibilizar um crescimento económico sustentado com uma contenção dos preços.
A inflação de 2024 mantém-se como uma das mais baixas dos últimos anos, o que senta as bases para um meio económico mais estável em 2025.