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Cuidado com Integra Energia: mudanças de titularidade sem consentimento e líos ao cobrar
A empresa, que já foi condenada por mudar a tarifa de luz sem a suficiente informação a uma pessoa, acumula críticas de clientes que não são conscientes de quem lhes chama realmente
Integra Energia é uma comercializadora criada em 2013 que opera em todo o território espanhol, mas tem mais presença no norte, e sua sede central está em Oviedo . "Somos uma companhia eléctrica diferente e demonstrar-to-emos", proclamam em seu site. Como parte de sua estratégia, a entidade aposta pelo desporto patrocinando a diversos clubes e entidades desportivas, como o Real Sporting de Gijón ou o Real Oviedo.
Não obstante, esta boa imagem fica comprometida a tenor das experiências de alguns clientes que têm vivido um pesadelo com Integra Energia. Em ocasiões, estes utentes denunciam actividades directamente ilícitas.
"Fez-se passar por nossa companhia"
Nicolás Berzosa conta a este meio que o passado 24 de maio seu casal recebeu o telefonema telefónico "de alguém que se fez passar por um operador de nossa companhia", que nesse momento era Naturgy. "Cremos-lhe porque tinha muitos dados nossos: nome do titular, direcção, últimos números da conta bancária, o CUPS do gás e da luz... Informação que costuma aparecer nas facturas", relata.
Este comercial disse-lhe a Berzosa e a seu casal que estavam a oferecer a seus clientes "uma mudança de contrato para que pagassem menos", passando do mercado livre ao regulado. "Dissemos-lhes que, se para valer se tratava da mesma companhia e íamos pagar menos, adiante. Asseguraram-nos que sim, que eram a mesma companhia, ainda que a partir de agora as facturas chegariam com o nome de outra comercializadora. Não nos pareceu estranho: é verosímil que uma mesma empresa tenha diferentes nomes comerciais em função do mercado. Demos o OK e nesse mesmo dia recebemos o contrato", recorda Berzosa.
Eneri comercializadora
Não obstante, quando chegaram as primeiras facturas, nos dias 5 e 7 de junho, "vimos que nos tinham tomado o cabelo. Vinham a nome de 'Eneri comercializado por Integra Energia'. Indagamos um pouco e vimos que efectivamente não tinham nada que ver com Naturgy", relata este afectado.
Assim as coisas, contactaram de novo com Naturgy para solicitar voltar com eles. "Mas Integra Energia mandou-nos mais duas facturas, correspondentes aos cinco primeiros dias de junho aos que somava sendas penalizações. A da luz, de 68,16 euros de custo, dos quais 46,32 era penalização por baixa. E a do gás, de 78,76 euros, dos quais 71,75 de penalização por baixa", detalha Berzosa. Ao todo, mais de 110 euros em conceito de penalização por marchar de uma companhia à que nunca tinham querido ir.
"Mentiram-nos deliberadamente"
Por enquanto, Berzosa e seu casal têm pago tudo, mas sua ideia é reclamar quando tenham tempo. Por enquanto, acrescenta, Integra Energia tem ignorado suas mensagens. "Mentiram-nos deliberadamente e cremos-lhes. A saber a quanta mais gente têm enganado...", diz este afectado.
Não é um caso único. Em redes sociais é possível encontrar depoimentos similares, como o de Alberto Sarto, um consumidor que em maio carregava duramente contra a empresa em X (antiga Twitter). "Fizestes-vos passar por Endesa ante uma pessoa de 70 anos. Vai cair-vos uma denúncia às autoridades e à CNMC", advertia.
Mudanças sem consentimento
Na mesma linha, uma internauta assegurava que Integra Energia tinha mudado a titularidade de sua companhia de fornecimento de gás "sem meu consentimento, enganando a uma pessoa maior, da qual se inventaram seu correio electrónico suplantando sua identidade". Também há quem denunciam subidones repentinos nas facturas ou cobranças por conceitos estranhos, como um "seguro básico para lavavajillas" que asseguram não ter contratado.
Outro dos problemas com esta empresa é a permanência, como comprovou Carlos Simarro. Este consumidor explica que, a raiz da guerra de Ucrânia, com os subidones do preço da luz, decidiu se alterar para Integra Energia. Solicitou contratar mais potência da que tinha com sua anterior companhia, porque às vezes os chumbos de seu andar se baixavam quando tinha vários aparelhos ligados. Não obstante, Integra não lhe subiu um pouco mais, senão que lhe pôs o máximo.
Penalização de 1.200 euros
Passou um tempo e Simarro decidiu mudar-se de novo. "Quis contratar a luz com Repsol pensando que eu não tinha permanência com Integra… e aos 3 ou 4 meses me chamaram para me dizer que sim tinha um contrato com permanência, e que se me ia, a penalização seria a mais de 1.200 euros". Contrariado, decidiu aguentar até que o contrato se cumpriu.
No entanto, o entuerto também não resolveu-se satisfatoriamente assim: quando se cumpriu no ano pactuado lhe chegou uma nova factura de Íntegra Energia de 237 euros correspondente a este mês de julho, uma mensualidad que já estava fora do contrato anual. "Era um preço exagerado, porque sim, pus o ar acondicionado, mas passei poucas horas ao dia em minha casa", denúncia Simarro.
Telefonemas para tentar que o cliente fique
Pelo momento tem decidido pagar, mas Simarro tem decidido marchar a outra companhia… apesar do hostigamiento ao que lhe estão a submeter.
"Dei-me conta de que eles te chamam se fazendo passar por qualquer companhia, como Movistar, ou Jazztel, para tentar que fiques. 'Olha, sou a empresa encarregada de mudar-te de companhia, e chamou-nos Integra para dizer-te que tens um contrato de permanência'. Não têm deixado de me fazer chamadas em nome de todo o tipo de companhias para tentar que siga com eles, uma autêntica loucura", explica Simarro.
A empresa, condenada
Este tipo de abusos já têm sido sancionados em alguma ocasião. Tal e como recolheu a União de Consumidores de Astúrias, em maio de 2023 Integra Energia foi condenada "por mudar a tarifa de luz sem a suficiente informação a uma sócia, a quem reclamou o pagamento de duas facturas por custo de 768€, o qual foi desestimado pelo juiz".
Ademais, na primavera de 2022, quando o mercado da luz era especialmente tenso, se criou um grupo de Facebook chamado AFECTADOS PELA " FRAUDE" DE INTEGRA ENERGIA que a dia de hoje soma 149 membros. Este meio tem contactado com a empresa para perguntar por todas estas irregularidades mas, ao termo desta reportagem, não tem obtido resposta.
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