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Consumo processa a Airbnb por não retirar anúncios ilegais de andares turísticos

A investigação do Ministério assinala que esta plataforma teria desoído as petições de eliminar as publicações assinaladas

Ana Carrasco González

Una llave para entrar en un piso turístico ofrecido por Airbnb Friso Gentsch EP

O Ministério de Consumo, através da Direcção Geral de Consumo, tem aberto um expediente sancionador contra Airbnb por não retirar milhares de anúncios de andares turísticos que continham publicidade ilícita.

A medida chega meses após que, em junho, Consumo solicitasse a diversas plataformas de aluguer de moradias informação sobre os anúncios publicados e lhes instasse a eliminar aqueles que incumpriam o regulamento, como a falta do número de licença obrigatório.

Nenhuma empresa "deve estar acima da lei"

"Nenhuma empresa, por grande ou poderosa que seja, deve estar acima da lei. Também não no mercado da moradia", tem expressado o ministro de Consumo, Pablo Bustinduy, em redes sociais.

Uma pessoa acede a Airbnb / EP - Friso Gentsch / DPA

Ainda que o comunicado oficial do Ministério não menciona explicitamente a Airbnb, a investigação assinala que esta plataforma teria desoído as petições de eliminar os anúncios assinalados.

Um problema de alcance nacional

O Ministério detectou que os anúncios de andares turísticos pesquisados se encontravam ativos em diversas comunidades autónomas, o que poderia representar um risco significativo para os interesses dos consumidores. Entre as infracções identificadas destaca a ausência do número de licença nas publicações, um requisito obrigatório em várias regiões, bem como outras práticas comerciais desleais que vulnerariam o Artigo 47 da Lei Geral para a Defesa de Consumidores e Utentes.

Segundo Consumo, estas práticas poderiam ser conceituadas infracções graves, com multas que atingiriam até 100.000 euros ou inclusive mais, dependendo do benefício ilícito obtido. A abertura do expediente inicia um período de instrução para determinar a resolução final, ainda que o Ministério sublinha que isto não prejuzga o resultado definitivo.

Airbnb nega ter sido contactada

No meio da controvérsia, Airbnb e outras plataformas como Booking têm negado ter recebido requerimentos prévios do Ministério, segundo assinalaram depois do início da investigação.

Não obstante, Consumo sustenta que realizou solicitações formais de informação e requerimentos de cesse às plataformas implicadas. A falta de acção por parte de Airbnb tem sido determinante para a abertura do expediente sancionador.

A luta contra as irregularidades

Este é o terceiro processo sancionador que Consumo leva a cabo em relação com moradias turísticas. Em outubro, o Ministério iniciou uma investigação contra agências imobiliárias que, supostamente, obrigavam aos inquilinos a aceitar condições abusivas em contratos de aluguer temporário. Mais recentemente, faz mal uma semana, se pôs em marcha outra investigação dirigida a grandes gestoras de andares turísticos por possíveis práticas enganosas.

Estas acções fazem parte do plano estratégico de Pablo Bustinduy para abordar a crise da moradia em Espanha. Segundo o ministro, o acesso a uma moradia digna converteu-se num dos principais problemas do país, afectando a milhares de famílias que vivem ao limite enquanto umas poucas empresas se enriquecem com modelos de negócio que contribuem ao desalojo de pessoas de seus lares.

O impacto das medidas

A abertura de expedientes sancionadores como o de Airbnb reflete o compromisso do Ministério com a defesa dos consumidores e utentes. Bustinduy tem reiterado sua intenção de velar porque o mercado da moradia opere dentro dos limites legais, assinalando que não tolerar-se-ão práticas que prejudiquem aos cidadãos.

Um andar turístico / PEXELS

A resolução final do caso determinará se Airbnb deverá enfrentar sanções económicas significativas por seu suposto incumprimento dos regulamentos.