O presidente do Governo, Pedro Sánchez, tem desvelado nesta segunda-feira um pacote com uma dúzia de medidas para fazer asequible o acesso à moradia.
Entre todas as propostas, que ainda devem transladar ao Congresso dos Deputados, destaca uma isenção fiscal da totalidade do IRPF aos proprietários de moradias. Para aceder a esta medida o requisito é respeitar o preço dos alugueres segundo o índice de referência. "Sem necessidade de que estes se encontrem em zonas declaradas tensionadas", tem aclarado Sánchez.
Garantia de cobrança
O presidente tem anunciado a criação de um sistema de garantias públicas que assegurarão aos proprietários a cobrança da renda do aluguer, enquanto oferecerá ao inquilino uma maior oferta a preço asequible e equidade no acesso. Estará em funcionamento neste ano e começar-se-á aplicando aos proprietários que aluguem a menores de 35 anos.
Vai pôr-se em marcha, ademais, um novo programa de reabilitação de moradias vazias destinadas ao aluguer asequible. Outorgar-se-ão ajudas àquelas pessoas que reformem um andar para o pôr em aluguer asequible durante ao menos 5 anos.
PERTE para Valencia
O Governo propõe condicionar as vantagens fiscais das socimis à promoção de moradia em aluguer asequible e deste modo evitar que aquelas sociedades que só se dedicam à promoção de moradia de aluguer de curta duração paguem menos impostos "que os cidadãos da pé" ao comprar a mesma moradia, segundo se queixou Sánchez.
O presidente tem adiantado a sua vez o lançamento de um PERTE "para a inovação e modernização da construção industrializada e modular", com o objectivo de construir casas em menos tempo e com um custo menor. Vai levar-se a cabo na província de Valencia para contribuir à reconstrução do tecido económico depois da DANA que assolou a província no passado mês de outubro.
Limitar compra-a de moradias
Sánchez mostrou-se partidário de limitar compra-a de moradia por parte de estrangeiros extracomunitarios não residentes em Espanha, "incrementando o ónus fiscal que terão que pagar em caso de compra até o 100% do valor do inmueble".
Assim mesmo, tem anunciado outras medidas como a cessão por parte da Administração Geral do Estado à empresa pública de moradia a mais de 3.300 moradias e dois milhões de metros quadrados de solo residencial para criar novas moradias. Ademais, incorporar-se-ão 13.000 moradias da Sareb de forma imediata, e outras 17.000 mais, progressivamente.
Mais medidas para os andares turísticos
Outra das medidas anunciadas passa por levar ao Congresso uma proposta para que as moradias turísticas sejam consideradas um negócio e passem a tributar como uma actividade económica, incluindo o aplicativo do IVA naquelas zonas onde tenha dificuldades de acesso à moradia ou saturação turística.
Também se vai endurecer a regulação que persegue a fraude nos alugueres de temporada e a criação de um fundo para que governos autonómicos e municipais reforcem as inspecções de moradias turísticas ilegais. Finalmente, pôr-se-á em marcha um novo plano estatal de moradia para que entre em vigor em 2026, que aumentará os programas de ajudas vigentes, com especial atenção a pessoas maiores, jovens, pessoas com discapacidade e residentes em zonas degradadas.