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Por que as mulheres sobrepiensan mais que os homens, segundo os experientes

Saber que sucede em nossa mente é de vital importância para cuidar de nossa saúde mental asi como aprender a aceitar nossas diferenças cognitivas por sexos sem cair no julgamento

Una mujer pensativa con una copa de vino tinto PEXELS
Una mujer pensativa con una copa de vino tinto PEXELS

Um estudo realizado pelo Instituto Europeu de Psicologia em 2019 arrojou luz sobre as diferenças entre homens e mulheres na forma de pensar e gerir as emoções. O relatório destaca que as mulheres espanholas apresentam um nível de funcionamento psicológico mais elevado que os homens, quem, por sua vez, parecem manejar melhor suas emoções. Isto reforça a ideia de que, longe da visão generalista, existem diferenças reais entre ambos géneros, tanto na maneira de sentir como nas actividades que lhes geram satisfação.

As fortalezas pessoais, segundo o estudo, são o resultado da interacção entre pensamentos, emoções e comportamentos adaptativos, que variam na cada pessoa mas podem se desenvolver e se treinar. Estas qualidades permitem aos indivíduos sentir-se mais autênticos e equilibrados, o que repercute não só em seu bem-estar pessoal, sina também no dos grupos e instituições aos que pertencem.

Logo de un baño unisex/ PEXELS
Logo de um banho unisex/ PEXELS

As mulheres tendem a sobrepensar mais que os homens

O estudo também assinala que as mulheres possuem um funcionamento emocional mais óptimo, o que lhes permite um maior equilíbrio no uso de suas fortalezas. Têm uma maior consciência emocional, conseguindo identificar e compreender melhor seus sentimentos. Isto lhes permite pôr "nome e apellido" a suas emoções.

Por outro lado, os homens parecem ter maior facilidade para regular suas emoções e "superar" rapidamente situações incómodas. Enquanto as mulheres preferem falar sobre o sucedido, os homens tendem a centrar-se em soluções práticas. Em general, elas analisam mais a fundo os erros e procuram margem de melhora, enquanto eles optam por uma resolução direta.

O peso do ideal de perfección na saúde mental das mulheres

Silvia Llop, psicóloga e terapeuta de casais, sustenta que a baixa autoestima é um dos grandes problemas que enfrentam as mulheres. No podcast Bendita Terapia, Llop sublinhou a importância de valorizar-se e evitar cair na tendência de dá-lo tudo sem receber nada a mudança. "Ensinaram-nos a cuidar dos demais, mas não de nós mesmas. Tem-se-nos inculcado a ideia de ser a mãe perfeita, a esposa perfeita, a trabalhadora perfeita... e essa busca constante de perfección está a afectar nossa saúde mental", explicou Llop.

Segundo ela, as mulheres tendem a dar demasiadas voltas a suas preocupações e a duvidar de si mesmas, o que poderia estar influído por uma educação que, no passado, atribuía papéis diferentes a homens e mulheres dentro da mesma família. Este sobrepensamiento, combinado com a pressão do papel de "supermujer", tem criado uma cultura do agotamiento que afecta profundamente a saúde mental feminina.

Diferencias entre hombres y mujeres / PEXELS
Diferenças entre homens e mulheres / PEXELS

A OMS alerta sobre o duplo risco de depressão em mulheres

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem confirmado que as mulheres têm o duplo de risco de padecer depressão em comparação com os homens. Segundo o relatório mais recente, mais de 25% das mulheres experimentarão um episódio de depressão maior ao longo de sua vida, em frente ao 12% dos homens. Ademais, os estudos epidemiológicos revelam que, a partir da pubertad, os transtornos depresivos e de ansiedade são de duas a mais três vezes comuns em mulheres que em homens.

Em Espanha, o Instituto Nacional de Estatística (INE) assinalou que o 7,15% das mulheres sofrem depressão, em contraste com o 3,5% dos homens. Alguns experientes atribuem esta divergência a factores hormonales, como os esteroides sexuais, que podem aumentar a vulnerabilidade à depressão, especialmente durante a pubertad e a menopausia.

Diferenças na comunicação emocional entre géneros

O psicólogo Bertrand Regader enfatiza a importância de entender as diferenças na forma em que homens e mulheres comunicam suas emoções. "As mulheres costumam exteriorizar seus sentimentos, enquanto os homens os interiorizan e relativizan. Elas têm maior facilidade para expressar o que pensam e sentem, enquanto eles preferem o silêncio e uma comunicação mais limitada no âmbito emocional", explicou Regader.

Em general, as mulheres precisam falar sobre seus conflitos emocionais como parte do processo de afrontamiento, enquanto os homens tendem a falar de seus problemas sozinho após ter encontrado uma solução. Isto reflete um padrão onde elas se expressam principalmente mediante a linguagem, e eles, através de acções.

Un hombre y una mujer enfrentándose a la resolución de un problema/ PEXELS
Um homem e uma mulher enfrentando à resolução de um problema/ PEXELS

O sobrepensamiento feminino e seu impacto na saúde mental

Silvia Llop também falou sobre o hábito de sobre pensar, particularmente comum nas mulheres, e seu impacto na saúde mental: "A chave está em não se deixar arrastar por esse torrente incontrolable de pensamentos. Com frequência entramos num bucle do que não sabemos como sair. Não é que não queiramos, é que não sabemos como o fazer. Nosso cérebro procura uma resposta, mas às vezes a porta de saída está fechada", tem explicado sobre esta conduta obseriva de sobre pensar tão unida à figura feminina em psicologia.

"Se a cada vez que fazes algo mau te insultas e te desvalorizas, pensas que não vales ou que a gente se vai rir de ti, tens trabalho. Teu objectivo tem que ser estar bem contigo e ser teu cheerleader. E se identificas que em algum ponto não o estás a fazer e estás a atirar pedras em tua tejado, aí tens que pôr o foco. Dar-te-ás conta que quando algo te dói não é pelo que façam os demais, sina por como tu to tomas. Então quando tu tens uma luta interna algo está mau. Quando tens que estar a justificar constantemente o que faz a outra pessoa, algo não vai bem. E vai tocar-te procurar ajuda", limpava comentando sobre este excesso de julgamento feminino.

Diferenças de género no uso da linguagem

A lingüista Deborah Tannen tem assinalado que desde a infância se observa uma divisão em como homens e mulheres constroem e emitem suas mensagens. Segundo Tannen, "as mulheres utilizam a linguagem para procurar confirmação e fortalecer a intimidem, enquanto os homens empregam-no para manter sua independência e posição social".

Ainda que estes papéis comunicativos têm começado a transformar-se, a cada vez mais homens sentem a necessidade de expressar suas emoções verbalmente, desafiando os estereotipos de género. Esta mudança reflete uma evolução positiva na forma em que ambos géneros entendem e manejam suas dinâmicas emocionais.

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