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Não, beber álcool de forma moderada não tem benefícios para a saúde: este estudo confirma-o
Os epidemiólogos recalcan que as mensagens que assinalam que beber álcool pode ser bom são "erróneos" no que a saúde pública se refere.
"Uma mentira repetida mil vezes converte-se na verdade", costumava dizer o ministro de propaganda do partido nazista e maestro da manipulação Joseph Goebbels. E isso é o que têm vindo fazendo, ano após ano, determinados lobbies da indústria do álcool.
Agora, uma vez mais, uma investigação realizada no Centro Nacional de Epidemiología do Instituto de Saúde Carlos III (ISCIII) mostra que não há provas de que o consumo de álcool em pequenas quantidades reduza a mortalidade, e recorda, uma vez mais, que as mensagens que assinalam que beber álcool de forma moderada pode ser bom para a saúde são "erróneos" no que a saúde pública se refere.
O estudo
A investigação tem utilizado dados de quase 44.000 pessoas maiores de 15 anos incluídas na Encuesta Nacional de Saúde de 2011 e a Encuesta Européia de Saúde de 2014, que foram posteriormente cruzados com o registro de mortalidade até dezembro de 2021.
E os resultados assinalam que, em comparação com os bebedores ocasionas infrequentes (isto é, as pessoas que consomem álcool uma vez ao mês ou menos), os bebedores de baixas quantidades de álcool (até 20 gramas por dia, o equivalente a duas cervejas ou duas copas de vinho, por exemplo) não têm um menor risco de falecer por qualquer das causas.
Risco de mortalidade
Por conseguinte, esta investigação, que tem sido publicada na revista especializada Addictive Behaviors, contribui novas provas para refutar a mensagem de que beber álcool em pequenas quantidades poderia ser beneficioso para a saúde.
Mais especificamente, enquanto o consumo por embaixo de 20 g/dia não parece aumentar o risco de mortalidade, nem o diminuir, a partir dessa quantidade o risco cresce à medida que se incrementa o consumo de álcool.
Não existe uma ombreira de segurança no consumo de álcool
O autor principal do estudo, Iñaki Galã, explica que estes dados indicam que os estudos que enfatizam que beber álcool em quantidades moderadas pode ser bom para a saúde estão baseados em utilizar como referência às pessoas abstemias, "categoria que não é uma boa referência já que, por diferentes razões, têm um pior estado de saúde e um maior risco de mortalidade". Por este motivo, adverte, "pode-se estar a difundir uma mensagem de saúde pública muito equivocado".
Como propõe a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe uma ombreira de segurança que garanta a ausência de risco no consumo de álcool, pelo que a mensagem que deve se recomendar é o de "álcool, quanto menos, melhor", conclui Galã.
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