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O motivo pelo que lhe dás excessivas voltas a tudo após uma discussão segundo a psicologia

Em Consumidor Global explicamos-te que lhe está a suceder a tua mente para entrar no bucle obsesivo dos pensamentos intrusivos depois de uma discussão e como podes o evitar

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Falar sana o alma. Esta é uma afirmação que seguramente tenhas escutado em mais de uma ocasião em boca de teu psicólogo ou inclusive na de tua mãe quando queria averiguar por que estavas cabizbajo e mal provavas bocado na adolescência. E deixa-me dizer-te que tinha toda a razão quando te disseram esta frase, pois uma palestra com as pessoas adequadas pode ser o momento idôneo para exorcizar a dor de um conflito ou simplesmente para libertar tensões após viver uma discussão de alta voltagem emocional.

Ainda que não poucas vezes o mecanismo de falar com teu meio sobre um problema que te aflige pode resultar uma experiência quanto menos liberadora o verdadeiro é que voltar a casa e não deixar de lhe dar voltadas à roda mental onde tens subido teu problema é quanto menos drenante e pouco produtivo para nosso cérebro.

Sentir-nos culpados ante como temos actuado numa discussão é um rasgo muito humano/ Montagem CG

O problema mais difícil para teu cérebro, gerir a culpa

Este tipo de conversas em bucle costumam vir a cargo de pessoas excessivamente perfeccionistas ou tendentes a victimizarse ou inclusive a culpa, onde seus mecanismos mentais procuram dar resposta às incógnitas do sucedido. A mente é uma controladora, a tua cabeça não gosta de sofrer e por isso procura desesperadamente uma solução para que o conflito acontecido não volte a ocorrer e com frequência o método de responsabilizar a alguém do ocorrido — já sejamos nós mesmos ou outro— faz que nos sintamos a salvo: "Se não faço ou permito isto, não voltará a ocorrer".

Um homem olha seu móvel revisando seus possíveis erros depois de uma discussão/ FREEPIK

Já o dizia Marian Vermelhas, é quanto menos importante atender à história que nos contamos: "Um tem que ter uma voz interior adequada", comentava sobre o assunto de entrar em analisar a cada detalhe do pronunciado ou dito, procurando possíveis falhas na forma de actuar.

Deixa de rumiar o ocorrido

Parece muito óbvio, mas o verdadeiro é que a sensação de ter perdido as formas, se ter excedido ao falar ou de ter pecado de intensidade excessiva, costuma acabar num ciclo interminável de pensamentos, carregados de dúvidas sobre se pudemos molestar com o que dissemos ou fizemos a outros.

Uma garota revisa com sua amiga as conversas de WhatsApp que lhes puderam levar a um conflito / PEXELS

Alejandra de Pedro, popular psicóloga reconhecida em redes sociais por divulgar conteúdos relacionados com a saúde mental, fala precisamente disto, do motivo real pelo que não podes parar de rumiar mensagens, lembranças ou audios passados. O problema está neste padrão estreitamente relacionado com a ansiedade e a necessidade de teu cérebro de procurar constantemente sinais de que tudo está em ordem. Revisar mensagens de WhatsApp, perguntar indirectamente se alguém se incomodou ou procurar confirmação com outros são respostas comuns que, ainda que estão dirigidas a aliviar a preocupação, terminam a piorando.

Ansiedade social e bucles mentais

Quando os pensamentos sobre o que disseste não se detêm, é importante entender que somos nós os que devemos dominar nossa mente e não esta a nós. Este fenómeno pode explicar-se através do conceito psicológico de disonancia cognitiva, que descreve o conflito interno entre como nos vemos —habitualmente como pessoas amáveis e boas— e a possibilidade de ter causado dano, inclusive sem intenção.

Para aliviar essa tensão, procuramos provas de que não tem ocorrido nada grave em conhecidos que possam salvaguardar nossos modos de actuação pelo cariño que nos têm, mas nesse processo evitamos enfrentar o medo real: aceitar que cometemos erros e que não somos perfeitos.

Que é a sombra em psicologia? Como nos afecta ante uma discussão

Aqui entra em jogo o conceito da sombra, descrito por Carl Jung como aquelas partes de nós mesmos que preferimos ocultar porque não encaixam com a imagem idealizada que queremos projectar. Não se trata de despistes menores, sina de características que nos custa aceitar, como a inveja, a arrogância ou o egoísmo.

Alejandra de Pedro destaca que reconhecer e aceitar essas facetas mais complexas de nossa personalidade é um passo finque para libertar da necessidade de nos castigar pela cada pequeno erro.

Todos cometemos erros, te perdoa

É importante recordar que não todo o que dizemos tem que agradar a todos, e que cometer erros não nos define como más pessoas. A solução não está em corrigir o passado ou se habituar a viver neste, a vida propõe diferentes dicotomías cuja única função é a de que aprendas uma lição. Muitos psicólogos afirmam que esta viagem emocional, ao que chamamos realidade, trata de que aprendamos das experiências e compreendamos que há que aceitar, inevitavelmente, o ocorrido, ainda que isto seja irremediavelmente mau.

"Não se trata de evitar os erros a toda a costa, sina de reconhecer que fazem parte de nossa natureza", comenta a psicóloga de Pedro sobre o facto mais universal de todos: errar é humano.

Abraça tua vulnerabilidade

A próxima vez que sintas essa pressão de ter cometido algum erro numa discussão, o primeiro que tens de fazer é dejar de te fustigar e entender que o conflito não define quem és.

Relaxa-te e aceita que não precisas ser perfeito, te permite abraçar tua vulnerabilidade e se precisas compartilhar tua dor com teus seres querido adiante, mas que não seja uma desculpa para te validar como pessoa, porque os conflitos tenham a capacidade de desproveerte de como te percebes a ti mesmo. Teus amigos e seres queridos valorizam-te tal como és, com tuas virtudes e teus defeitos, faz tu o mesmo. Deixa de procurar erros onde provavelmente não os há e te enfócar em seguir crescendo e aprendendo, ainda que isso signifique assumir que estamos feitos de luzes e sombras.