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Kala, a app que te acompanha na menopausia: "Há dados dispersos por internet e muito tabu ainda"
O aplicativo proporciona conhecimentos, recursos e apoio para atravessar esta etapa com confiança e resiliência
"Estás menopáusica perdida". É uma das frases que ainda se seguem escutando, porque o humor é uma ferramenta habitual para enfrentar aos tabus. Ainda que o diálogo sobre a menopausia está a começar a abrir-se, especialmente em círculos próximos, persiste um notável silêncio em torno deste processo vital que tem vivido, vive ou viverá a metade do planeta. O ideal seria normalizar os sintomas da menopausia sem patologizarlos, mas também não pode-se tirar importância às dúvidas, os medos e as inseguranças de muitas mulheres ante este processo novo para elas.
A menopausia costuma começar entre os 45 e 55 anos, e sua duração é variável e impredecible, abarcando entre 6 e 14 anos. Esta variabilidad depende de múltiplos factores, incluindo o estilo de vida, a genética, a idade de início e a presença de doenças associadas. A cada mulher experimenta esta etapa de maneira única devido à interacção de factores psicológicos, biológicos e socioculturais. Ante a divergência e a falta de informação nasce Kala, o primeiro aplicativo em castelhano para acompanhar às mulheres durante a menopausia.
Que é Kala?
A história de Kala começa com uma observação quotidiana. Eduald Mas e Talia Leibovitz, cofundadores deste projecto inovador, começaram a notar que as mulheres a suas ao redor –mães, tias, amigas– navegavam sozinhas num mar de desinformación e mitos sobre a menopausia. Talia, investigadora e professora na Universitat Oberta de Cataluña (UOC), foi a primeira em dar-se conta do vazio existente no mundo hispanohablante, pois sim que existiam outros aplicativos em diferentes aplicativos.
"Assim nasceu a ideia de criar Kala, nos embarcamos na criação de uma app que não só oferecesse informação, senão que também brindasse apoio, tanto para fazer rastreamento de sintomas, entender os processos que se estão a dar, poder controlar e monitorar esses sintomas e, sobretudo, criar uma comunidade para se entender e compartilhar experiências e conhecimentos", comenta Mas a Consumidor Global.
As funcionalidades de Kala
"Em Kala pensaram-se numa série de funcionalidades que têm a ideia de mitigar estes problemas comuns da menopausia. Por um lado, está a menopedia, uma secção que proporciona informação detalhada sobre os diversos sintomas, oferecendo às mulheres recursos, apoio e conhecimento sobre seus corpos, as opções de tratamento, e a saúde e bem-estar em general", explica Mas. "Ademais, contamos com um tracker, uma ferramenta de rastreamento de sintomas que permite monitorar a evolução da qualidade de vida, alojar dados e visualizar um historial detalhado dos sintomas ao longo do tempo", acrescenta.
Um dos pilares de Kala é a comunidade. "É um espaço público e anónimo desenhado para compartilhar mensagens, responder perguntas e discutir experiências, proporcionando assim um valioso apoio emocional e social. Este enfoque ajuda a desmantelar o estigma que rodeia à menopausia", afirma Mas. Além destas funcionalidades gratuitas, Kala oferece opções de pagamento que incluem programas com experientes, meditaciones guiadas e ferramentas emocionais, ampliando assim o apoio e os recursos disponíveis para as utentes.
Ainda há muito tabu
Mas sublinha a importância da personalização em Kala. Cada mulher experimenta a menopausia de maneira diferente. Algumas lutam contra os sofocos, outras com insónia ou mudanças de humor, e muitas nem sequer são conscientes de que seus sintomas estão relacionados com esta etapa. Por isso, desde o primeiro momento, Kala oferece às mulheres a possibilidade de personalizar sua experiência, seleccionando os sintomas que mais lhes afectam. A app, como se de uma amiga próxima se tratasse, adapta seu conteúdo às necessidades de cada uma, oferecendo conselhos e recursos específicos para ajudar em seu dia a dia.
"Em muitas regiões, o estigma persiste, e o tema da menopausia segue sendo um tema do que se prefere não falar nem aprofundar. Há dados dispersos por internet e ainda muito tabu. No entanto, estamos a observar uma mudança positiva, com um crescente número de mulheres que desejam se unir a comunidades que abordem abertamente a menopausia", assinala o cofundador da app. "Muitas mulheres desconhecem aspectos finque como as estratégias de prevenção e a variedade de tratamentos naturais disponíveis para aliviar os sintomas", aponta.
O hándicap da tecnologia
No entanto, não todas as mulheres vêem a utilidade de um aplicativo como Kala. Eva G., de 57 anos, é uma delas. "Com respeito à app, eu pessoalmente não lhe encontro utilidade. Acho que cada mulher gere-se sozinha e quando passa algo sério vai ao médico e pergunta", comenta com franqueza a este meio. Margarita González, da mesma idade, também se mostra reticente a utilizar a tecnologia neste âmbito. "Eu não usá-la-ia, não gosto de apanhar muito o móvel", limpa.
Em mudança, María Luisa Roselló, de 58 anos, destaca a importância de manter-se informada e cuidar seu bem-estar físico de maneira natural durante esta etapa. "O mais desafiante para mim nesta etapa é me sentir bem fisicamente sem ter que ir a fármacos para combater o possível mal-estar que se pode sentir, prevenir a osteoporosis e só consumir produtos naturais", compartilha. "Eu, a informação a obtenho em conversas com amigas de minha geração pondo em comum o que averiguamos. Para alguma consulta mais específica vou a Google", reconhece.
"Não tens que conviver com estes sintomas"
"Focamos-nos em que nosso perfil de utente possa utilizar a ferramenta com facilidade, e esperamos que este grupo segua crescendo cada ano", explica Mas. "A menopausia representa aproximadamente um terço da vida de uma mulher, considerando também a premenopausia e a postmenopausia. Nosso público principal são as mulheres dentre 45 e 50 anos, já que este grupo está especialmente familiarizado com a tecnologia", agrega.
Por último, o cofundador de Kala enfatiza que a crença de que os sintomas da menopausia, como os sofocos, são algo com o que simplesmente se deve conviver é errónea. "Existem diversas soluções, e não tudo se reduz a tratamentos hormonales. Há opções como o exercício, a nutrição, e tratamentos naturais, além de hormonales para casos mais severos. A ideia de conformar com os sintomas é uma barreira que precisamos derrubar. É crucial que as mulheres adquiram um maior conhecimento e possam enfrentar esta etapa, frequentemente estigmatizada, com uma perspectiva mais informada e empoderada", conclui.
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