Loading...

O Governo congela a subida do preço do fumo prevista no Plano de Controle de Tabaquismo

Em Espanha vendem-se as carteiras mais baratas de Europa, cinco euros em media em frente aos 12 do França ou 13 de Irlanda

Alberto Rosa

uns

O Plano Antitabaco tem sido recortado. Finalmente congelou-se a subida do preço das carteiras prevista no plano do projecto estrela da ministra Mónica García. Esta medida procurava acercar o custo do fumo em Espanha ao de países do meio espanhol, mas tem sido recusado depois de pedí-lo o Ministério de Fazenda.

A carteira que dirige María Jesús Montero solicitou este requisito para levar o Plano ao Conselho de Ministros. Para Fazenda, se incluía-se esta medida no Plano, provocava-se "um acopio do mercado", pelo que "finalmente não aparece" no documento, conquanto Previdência continua com este propósito. "Não se descarta o fazer", têm assegurado desde o Ministério.

Um projecto que conseguiu o consenso das CCAA

O Plano Nacional de Prevenção e Controle do Tabaquismo 2024-2027 foi aprovado pelo Ministério de Previdência e as CCAA no Conselho Interterritorial do Sistema Nacional de Saúde (CISNS) do passado 5 de abril, após superar Previdência suas diferenças com algumas comunidades.

A ministra de Previdência, Mónica García / A. Pérez Meca - EP

De facto, dantes do começo da reunião, as CCAA governadas pelo PP asseguravam que não se iam aderir ao Plano, conquanto posteriormente chegaram a um consenso, depois de incluir este 160 das 180 emendas que tinham apresentado as CCAA dantes de sua aprovação.

Financiar de políticas de saúde para reduzir o tabaquismo

Uma destas emendas, propostas pelo PP, era precisamente a colación da subida de preços do fumo proposta por Previdência. Mais especificamente, o departamento de Mónica García propunha "impulsionar o estabelecimento de medidas fiscais consistentes no incremento dos tipos impositivos dos produtos incluídos no âmbito objectivo de Imposto sobre os Labores do Fumo, a fim de conseguir um incremento dos preços de ditos produtos".

As CCAA governadas pelo PP propuseram que estes benefícios se destinassem ao financiamento de políticas de saúde centradas na redução do tabaquismo.

O resto de medidas do plano seguem em pé

Desta forma, o texto definitivo expunha que se ia estudar com o Ministério de Fazenda "a forma na que as modificações fiscais repercutirão positivamente no financiamento de medidas encaminhadas a reduzir a prevalencia de tabaquismo".

Pese à eliminação desta norma, o resto de medidas seguem em pé. Algumas delas são a ampliação dos espaços sem fumaça, ainda que ainda não está definido quais; um maior controle do fumo electrónico, equiparando por lei a publicidade, promoção e patrocínio de produtos relacionados e novos produtos à existente para produtos do fumo; e regular a venda e o consumo de produtos relacionados com o fumo (com e sem nicotina), entre outras.

Fármacos para tratar o vício

Para ajudar na cesación tabáquica, o documento propõe incluir na Carteira de Serviços comum do SNS a intervenção em tabaquismo no âmbito hospitalario; modificar os critérios de inclusão das pessoas fumadoras no programa de cesación do tabaquismo com fármacos financiados; e propor a incorporação à carteira básica de prestações farmacêuticas aqueles fármacos que, atendendo à evidência científica, são adequados para o tratamento do vício ao fumo.

Um homem e uma caixa de fumo / UNSPLASH

Neste sentido, Previdência já tem iniciado os trâmites para introduzir o empacotado genérico, um objectivo também recolhido no Plano. O passado 15 de abril, durante uma comparecencia na Comissão Mista de Vícios, Mónica García, anunciou que esperava que "boa parte" das modificações legislativas que marca o Plano "tivessem chegado a bom porto" para finais de ano.